'Não me pagaram', diz homem que destruiu obra após não receber pagamento
Mestre de obras relatou que foi ameaçado de morte devido à dívida
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Um mestre de obras destruiu parte de uma construção em uma universidade do Tocantins. Ex-funcionário da empresa responsável pela obra, ele alega não ter recebido pelo serviço realizada por sua equipe.
O homem afirma que a ação foi motivada pela falta de pagamento. O mestre de obras relata que a construtora responsável pela obra o demitiu sem arcar com a dívida estimada em R$ 12.837. "Os caras não me pagaram nada. Aí perdi a cabeça e fui lá quebrar tudo", relata.
A polícia foi acionada para impedir a ação do mestre de obras. Diante da situação, ele foi interrompido pelos agentes e conduzido até a delegacia para prestar esclarecimentos. Ele afirma que foi denunciado pela construtora e teve que assinar um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) na delegacia.
O mestre de obras conta que teve o contrato rescindido unilateralmente. Ele foi contratado pela construtora para formar uma equipe e finalizar a obra. Os pagamentos seriam realizados a cada 15 dias de serviços prestados, o que nunca aconteceu. "Começamos [a trabalhar na obra] dia 1º de julho. No dia 15, ele mandou todo mundo embora e não fez pagamento nenhum", diz o mestre de obras ao relatar que teve inúmeras ligações recusadas pelo contratante.
O mestre de obras relata que foi ameaçado de morte devido à dívida. Com a falta de pagamento por parte da construtora, ele conta que também não conseguiu arcar com os honorários dos seis trabalhadores que faziam parte da equipe. "Estou desempregado, porque os funcionários colocaram meu nome na mídia, dizendo que eu era caloteiro. [...] Começaram a me ameaçar de morte e até de levar meu nome para o Ministério do Trabalho", lamenta ele.
"Minha vida está uma bagunça por causa desses caras", disse. O mestre de obras afirma que precisou vender geladeira e fogão para saldar a dívida com os funcionários. "Não tenho nada para comer em casa. [...] Devo aluguel, água, energia e pensão", afirma.
"Acordei na quinta-feira agoniado, com o povo me cobrando, a mulher do aluguel me cobrando e meus filhos passando fome, e voltei para a obra. Levei a marreta e dei 20 minutos para entrarem em contato para me pagar. Eles não entraram em contato e comecei a quebrar", contou.
Procuradas, a universidade e a construtora não retornaram os contatos até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
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