Mas, afinal: por que um mapa-múndi de cabeça para baixo e com o Brasil ao centro?
Novo mapa-múndi invertido divulgado pelo IBGE provoca debate sobre geopolítica, representatividade e o papel do país no cenário global
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“O mapa nunca é uma coisa acabada, é sempre uma coisa aberta, e é sempre um convite para pensarmos outras formas de mundo que expressamos no mapa.” É assim que o doutor em Geografia, Rafael Catão, nos convida a entender um pouco da polêmica gerada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao lançar um novo mapa-múndi invertido em suas redes sociais, gerando debate entre as pessoas que viram a publicação.
O post em questão traz o Brasil no centro — porém, de ponta-cabeça. Como para quase tudo há uma explicação, o mapa invertido vai além de uma possível estratégia de marketing. Ele surge em um momento em que o país irá sediar a Copa de 30 — além de levantar algumas questões.
“Esse movimento acontece justamente em um momento em que o país irá sediar a Copa de 30, indicando algumas questões. Reafirma o protagonismo do Brasil em relação às mudanças climáticas, mostrando que o caminho brasileiro é um caminho a ser seguido, além de reforçar o papel da geopolítica internacional no Brasil”, pontua o doutor em Geografia.
Embora possa ter gerado uma leve estranheza, isso é algo totalmente comum quando se trata de cartografia. “A gente está em um planeta em que estamos soltos no espaço, e as conversões cartográficas foram todas criações sociais, culturais e históricas”, explicou Catão. “O mapa é sempre um produto social/cultural e ele passa uma mensagem. Temos que ver o que o Brasil quer passar de mensagem”, reforça o especialista.
Não se sabe se o mapa invertido será utilizado após esse episódio, mas é importante ficar atento aos pequenos detalhes: tudo é uma mensagem — e um convite para o novo.
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* Estagiária sob supervisão de Weslei Radavelli
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