Glaucoma ameaça a visão de quase 100 milhões até 2030
Mês de Maio é dedicado ao combate e à prevenção contra a cegueira silenciosa
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Doença que mais causa cegueira irreversível no mundo, o glaucoma deve afetar 95 milhões em todo o mundo até 2030, segundo estudos. Conhecido como Maio Verde, este mês é dedicado ao combate e à prevenção contra a cegueira causada pela doença, que por ser silenciosa nas fases iniciais, muitas vezes se manifesta já em estado avançado.
Apesar da gravidade do glaucoma, a doença ainda é desconhecida para 40% dos brasileiros, aponta levantamento realizado pelo Ibope Inteligência, a pedido do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
“O glaucoma é uma condição ocular crônica que afeta o nervo óptico e pode levar à perda progressiva e irreversível da visão. Geralmente, ele ocorre devido ao aumento da pressão intraocular que danifica gradualmente e progressivamente o nervo óptico”, explica o oftalmologista do HOPE Edson Nakahara, especialista em glaucoma.
Segundo a Sociedade Brasileira do Glaucoma, oito em cada dez casos de glaucoma não apresentam sintomas no início, mas é possível controlar o avanço da doença e estabilizar a sua progressão através do controle da pressão intraocular. Os tratamentos para o glaucoma são variados, como o uso de colírios, procedimentos a laser e em casos mais avançados, cirurgias.
“Infelizmente não há cura para o glaucoma, mas ele pode ser controlado e estabilizado com tratamento adequado. Assim é possível prevenir danos adicionais à visão. O tratamento geralmente inclui colírios para reduzir a pressão intraocular, além de outros procedimentos que podem ser realizados como laser ou cirurgia dependendo do tipo e gravidade do caso”, afirma o oftalmologista Edson Nakahara.
O diagnóstico precoce é outro importante aliado contra o glaucoma. “É importante fazer consultas periódicas com um especialista já que o diagnóstico precoce do glaucoma é que vai fazer com que a gente consiga tratar a doença em tempo hábil para poder preservar a visão”, finaliza o oftalmologista Edson Nakahara.
Veja os tipos de glaucoma, segundo o CBO
» Glaucoma de Ângulo Aberto: Em geral,o glaucoma primário de ângulo aberto não apresenta sintomas. O paciente não sente dor e perde lentamente a visão, percebendo a perda quando o nervo óptico já está bastante lesado. Devido à ausência de sintomas, a melhor forma de diagnóstico desse tipo de glaucoma é o exame ocular periódico.
» Glaucoma de Ângulo Fechado: ocorre quando o sistema de drenagem é bloqueado, geralmente, pela íris (a parte colorida do olho) e o líquido não consegue penetrar na rede trabecular para ser drenado. O paciente apresenta dores de forte intensidade na cabeça e no olho, que chegam até a provocar vômitos e redução da visão. A pressão intra-ocular torna-se muito elevada e pode lesar o nervo óptico de forma rápida e agressiva. Este é o quadro de uma crise de glaucoma agudo, uma emergência oftalmológica que, se não tratada rapidamente, leva à perda visual irreversível, parcial ou mesmo total, em questão de horas.
» Glaucoma Congênito: é caracterizado pela má formação no sistema de drenagem do humor aquoso que ocorre em recém nascidos e crianças. A criança apresenta lacrimejamento, dificuldade em tolerar a claridade, perda do brilho da região da íris – que passa a aparentar uma coloração mais azulada e opaca - e aumento do volume do globo ocular.
» Glaucoma Secundário: o aumento da pressão intra-ocular ocorre após doenças inflamatórias, catarata avançada, alteração dos pigmentos naturalmente existentes dentro dos olhos, hemorragia e obstrução de vasos intra-oculares. Outra importante causa de glaucoma secundário é o uso de colírios de corticóide por tempo prolongado sem indicação e/ou acompanhamento do médico oftalmologista.
O que pode causar a doença?
Vários fatores podem ocasionar a doença, um deles é o aumento da pressão intra-ocular. Um líquido claro e transparente chamado humor aquoso, circula dentro do olho continuamente nutrindo as estruturas internas do órgão.
Se o sistema de drenagem do olho entope, a pressão intra-ocular aumenta e, com o tempo, pode causar danos irreversíveis ao nervo óptico. O glaucoma não significa pressão intra-ocular elevada. Muitos portadores da doença podem apresentar a pressão intra-ocular normal nos exames de rotina e, ainda assim, demonstrarem perda de campo visual.
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