Doação de R$ 435,5 mil chega a indonésio que tentou resgatar Juliana Marins
Publicitária brasileira morreu após tropeçar e escorregar durante uma trilha
Escute essa reportagem

O valor arrecadado em uma vaquinha online para o alpinista Agam Rinjani, voluntário que participou do resgate de Juliana Marins na Indonésia, foi repassado a ele na última terça-feira (8), segundo a página Razões para Acreditar.
Responsáveis pela arrecadação divulgaram a informação nesta sexta (11) nas redes sociais. Ao todo, foram arrecadados cerca de R$ 518,5 mil. Após desconto de impostos, Agam recebeu pouco mais de R$ 435,5 mil, o equivalente a quase 1,4 bilhão de rúpias indonésias.
Vaquinha chegou a ser interrompida após críticas de doadores. Eles reclamaram que a plataforma que concentrou as arrecadações ficaria com 20% do valor total. O perfil Razões Para Acreditar foi o responsável pela organização da vaquinha, que ficou hospedada em uma plataforma do próprio Instituto Razões —a Voaa. A taxa é padrão para todas as campanhas hospedadas no site.
Em resposta às críticas, a plataforma se comprometeu a fazer o repasse do valor integral. "Atendendo a alguns comentários, publicamos nos stories o comprovante da transferência para o Agam e o nosso reforço público de responsabilidade e transparência", escreveu no Instagram.
Agam pagou do próprio bolso a passagem de avião e reuniu sete amigos para ajudar no resgate da brasileira, segundo a plataforma. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível vê-lo escalando o vulcão rumo ao topo, com uma corda amarrada à maca onde estava Juliana.
Montanhista dormiu uma noite ao lado do corpo. Agam disse ao jornal O Globo que ele e outros membros da equipe de resgate ficaram juntos ao corpo de Juliana a noite toda, à beira de um penhasco, até que a operação fosse retomada pela manhã. "Segurei Juliana para que ela não descesse mais 300 metros. É muito triste", acrescentou. O processo de retirada do corpo do local durou 7 horas.
Agam afirmou que sabia do risco de morrer durante o resgate. Ele contou que chovia e caíam pedras na encosta. "Gostaria de ter feito mais, peço desculpas, mas fiz o que pude", lamentou.
ENTENDA O CASO
A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, tropeçou e escorregou durante a trilha na noite de 20 de junho. Ela rolou da montanha e foi parar a cerca de 300 metros abaixo da trilha, no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok. Com isso, ficou debilitada e não conseguia se movimentar.
Juliana ficou no local por mais de quatro dias. Durante as operações de salvamento, equipes de resgate tentaram se aproximar de onde a brasileira estava, mas não conseguiram chegar até ela. Fatores climáticos dificultaram as tentativas de resgate.
A brasileira foi encontrada morta quatro dias depois da queda, a 650 metros de profundidade no Monte Rinjani. Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Juliana fazia um mochilão pela Ásia com uma agência de turismo, e decidiu fazer a trilha no entorno da paisagem natural na ilha de Lombok.
Laudo feito no Brasil, divulgado na última sexta (11), constatou que Juliana passou 32 horas viva aguardando resgate. A brasileira teria agonizado por 10 a 15 minutos após sua segunda e última queda no monte Rinjani. Pouco antes de morrer, ela teria apresentado uma "dificuldade respiratória enorme".
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários