Delegado assassinado em São Paulo é homenageado por multidão em Pernambuco
Delegado de 32 anos, morto durante assalto em São Paulo, foi velado e enterrado em Chã Grande sob forte comoção popular
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O enterro do delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior, de 32 anos, reuniu uma multidão nesta quinta-feira (16) em Chã Grande, a 80 quilômetros do Recife. As ruas da cidade ficaram lotadas durante o cortejo fúnebre, que contou com a participação de grande parte da população local. O corpo foi transportado em um caminhão do Corpo de Bombeiros, escoltado pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal.
Inicialmente, o velório estava marcado para ocorrer na Câmara de Vereadores, mas a grande quantidade de pessoas presentes levou à transferência da cerimônia para uma quadra poliesportiva no centro da cidade. Belarmino, que nasceu em Gravatá, havia crescido em Chã Grande, onde era muito querido pela comunidade.
Após o velório, o corpo foi conduzido ao cemitério municipal. A quantidade de pessoas acompanhando o sepultamento foi tamanha que, segundo testemunhas, o chão praticamente desapareceu sob a multidão.
Trajetória marcada por esforço e dedicação
Filho de uma família humilde, Josenildo Belarmino iniciou sua trajetória vendendo água mineral em um depósito próximo à sua residência, em Chã Grande. Apesar das dificuldades, ele sempre demonstrou dedicação aos estudos, que o levaram a conquistar três aprovações em concursos públicos, incluindo o de delegado em São Paulo, o maior estado do Brasil.
Em São Paulo, onde exercia sua função de delegado, Josenildo Belarmino foi assassinado durante um assalto por um homem de moto, que tinha uma bag nas costas. O crime ocorreu enquanto ele caminhava à paisana, trajando bermuda. O assaltante parou e decidiu rendê-lo. Mesmo sem reagir, foi baleado duas vezes nas costas após entregar seus pertences e sua arma ao criminoso.
O delegado era novato na polícia de São Paulo, estava no cargo há sete meses. Ele perdeu a vida no bairro de Santo Amaro, na capital Paulista. Segundo pessoas que estavam ao redor, o delegado chegou a dizer algumas palavras antes de falecer. Disse que era muito jovem para morrer e que tinha uma noiva, com namorava há 10 anos e pretendia casar.
Conhecido pelos amigos como Júnior, o delegado era admirado por sua determinação e incentivava seus colegas a se dedicarem aos estudos. Ele estava se preparando para retornar a Pernambuco, onde planejava se casar.
A morte de Belarmino de Moura Júnior deixou uma marca profunda na comunidade de Chã Grande e entre seus colegas de profissão, que destacaram seu exemplo de superação e compromisso com a segurança pública.
"É uma perda para a sociedade e, para mim, é a minha metade. A gente está falando aqui de vários sonhos que acabaram ali sendo destruídos diante de uma ação criminosa", disse sua noiva, Gabriela Rodrigues.
Acompanhe abaixo a matéria na íntegra da TV Tribuna/Band, exibida no Jornal da Tribuna 1ª Edição, partir dos 3min13
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