Como estão as investigações sobre morte de menina de 11 anos em cânion no RS
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A delegada Fernanda Seibel Aranha, titular da Delegacia de Polícia de Cambará do Sul, responsável pela investigação da morte da menina de 11 anos, identificada como Bianca Bernardon Zanella, que caiu de um penhasco no Cânion Fortaleza na tarde desta quinta-feira, 10, afirmou que o inquérito policial ainda está em fase preliminar. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos em até 30 dias.
O laudo de necropsia apontou politraumatismo como causa da morte.
“Já avançamos significativamente na coleta de informações, mas a investigação iniciou há apenas 24 horas”, explicou a delegada, destacando que o laudo da perícia técnica sobre as condições de segurança no mirante ainda não foi entregue. O documento deve apontar se havia sinalização adequada e barreiras de proteção física no trecho onde ocorreu a queda.

Os pais da criança, que são de Curitiba, já foram ouvidos pela Polícia Civil. Além disso, a delegada informou que outras diligências estão previstas, incluindo oitiva de testemunhas, funcionários do parque e turistas que estavam no local no momento do acidente.
“A altura do local por si só já representa um risco considerável, ainda mais tratando-se de uma criança. Precisamos reunir todos os elementos técnicos e testemunhais antes de qualquer conclusão”, completou.

A investigação também analisará possíveis falhas na sinalização voltada a visitantes com necessidades específicas, como pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). “A perícia nos dará detalhes mais precisos sobre isso”, afirmou a delegada.
O parque é administrado pela Urbia, concessionária que também cuida da gestão do parque nacional de Aparados da Serra. “Ainda não podemos fornecer uma conclusão definitiva. Estamos coletando informações para embasar uma decisão responsável”. Segundo ela, não houve, até o momento, uma comunicação formal com a empresa.
O ICMBio, órgão federal responsável pelo parque, lamentou o acidente e informou em nota que está prestando auxílio à família da criança que morreu. Segundo o órgão, foi o primeiro caso registrado de óbito de um visitante autorizado neste parque desde sua criação, em maio de 1992. Desde 2000, quando começou o monitoramento, o parque já recebeu mais de 1,3 milhão de visitantes.
Equipes dos bombeiros dos municípios de Canela, Gramado e do Batalhão de Busca e Salvamento de Porto Alegre foram acionadas para a operação de resgate, logo após o acidente, com o suporte aéreo da Brigada Militar. Um drone localizou a menina por volta das 17h30 de quinta-feira, cerca de 70 metros abaixo do local da queda.
Com o tempo instável e de difícil acesso, a operação seguiu com técnicas de descida por cordas até o anoitecer. Somente por volta das 23h os socorristas conseguiram alcançar a menina e constataram o óbito no local.
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