10 milhões de jovens nem estudam nem trabalham no Brasil
Número de jovens de 15 a 29 anos que está fora da escola e do mercado de trabalho é o menor já registrado, mas ainda assim preocupa
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A nova Síntese de Indicadores Sociais (SIS/IBGE), divulgada na quarta-feira (06) pelo IBGE, mostra que há no Brasil 10,9 milhões de jovens de 15 a 29 anos que não estudam nem trabalham, os chamados nem-nem.
O número é o menor já registrado na série histórica da pesquisa, que começou em 2012.
Ainda assim, são 22,3% dos brasileiros nessa faixa etária – ou seja, mais de um quinto da população jovem nessa situação.
Em termos percentuais, é o melhor resultado desde 2014, quando eram 21,7% afastados das escolas e do mercado de trabalho.
A queda em números absolutos reflete também a mudança no padrão demográfico do País, com o envelhecimento da população brasileira, segundo o IBGE.
Marcelo Neri, da FGV Social, concorda. Segundo o economista, a redução dos jovens que não estudam e não trabalham é uma tendência de natureza mais permanente em função do envelhecimento da população.
“O vento está soprando a favor do jovem agora, mas contra a demografia. Vai faltar jovens e isso é péssimo para o País, mas é bom para o jovem porque ele vai ser mais disputado no mercado de trabalho se ele for um jovem educado e conectado digitalmente. Porém, o bônus demográfico começa a se tornar um “ônus demográfico” e a atrapalhar o crescimento do País”.
Já Daniel Duque, economista do FGV Ibre, faz um alerta com relação ao nível dos jovens que nem estudam e nem trabalham. Segundo o economista, o contingente já voltou a subir ao longo de 2023.
A maior parte desse contingente é formada por brasileiros pobres (61,2%). No recorte de gênero e raça, são principalmente mulheres pretas ou pardas (43,3%), seguidas por homens pretos ou pardos (24,3%).
Na retaguarda, aparecem as mulheres brancas (20,1%) e os homens brancos (11,4%).
Quando perguntados sobre os motivos para não estarem estudando nem interessados em trabalhar, as respostas são variadas.
Entre as mulheres, chama a atenção que 2 milhões citaram a necessidade de cuidar de parentes e a responsabilidade por afazeres domésticos como o motivo – indicando que a maternidade precoce é um fator de afastamento do mercado de trabalho e da escola.
Além disso, 458 mil meninas e mulheres apontaram a gravidez ou problemas de saúde como a razão para se tornarem nem-nem.
Entre os homens, 80 mil citaram afazeres domésticos e 420 mil gravidez (das parceiras) ou problemas de saúde.
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