Boias de salvação para a Cultura
Setor que vive da aglomeração de pessoas – shows, cinema, teatro, museus, etc –, a cultura do entretenimento é dos mais impactados pelo isolamento social. Agora, lideranças da área aguardam ansiosamente um projeto que tramita em urgência no Congresso – deve ser votado na próxima terça-feira –, que prevê apoio financeiro aos artistas, técnicos e espaços culturais.
“São recursos do Fundo Nacional de Cultura, cerca de R$ 1,2 bilhão, paralisados, que podem ajudar o setor a atravessar essa pandemia”, diz o secretário estadual de Cultura, Fabricio Noronha. O projeto prevê auxílio mensal de R$ 10 mil, por quatro meses, a espaços culturais; verbas para editais e inclusão de artistas e técnicos nos R$ 600 já concedidos aos autônomos.
Digitalizar é preciso
O secretário de Cultura enxerga na via online um caminho a seguir, e cita a programação “Café da Manhã com Orquestra, pela TVE”, lives e festivais de filmes exibidos na plataforma digital. “Ajudam a manter a saúde mental das pessoas”, frisa.
Cita ações adotadas: editais de emergência com 300 prêmios de R$ 1.200 para técnicos e artistas que produzem conteúdos digitais. E incentivo aos grupos de coletivo que atuam nas periferias promovendo games de conscientização da pandemia e distribuindo máscaras.
Além disso...
O setor cultural, principalmente, anda estarrecido com as declarações da secretária Regina Duarte. E põe estarrecido nisso.
O case Águia Branca
Exemplo de isolamento entre os municípios capixabas, cerca de 70%, Águia Branca tem a seu favor uma população reduzida, em torno de 10 mil, que facilita. Porém, adota medidas que muitos ignoram: mobilização da comunidade, igreja e lideranças sensibilizando com carros de som, barreira sanitária e distribuição de cestas básicas. “Na colheita do café, a orientação é usar mão de obra local”, pontua a professora Adélia Guaresqui.
Perfil da Findes...
Um dos desafios da presidente eleita da Findes, Christine Samorini, é expandir a atuação fora da Grande Vitória. “Temos 18 mil indústrias e precisamos interiorizar mais”, aponta. Uma medida é incluir na chapa da nova diretoria, em fase de montagem, um vice do Norte e outro do Sul. E sobre os comentários da tendência política de sua gestão, ela é enfática: “A Findes é uma casa apartidária, e eu nunca estive envolvida com política”. E faz questão de elogiar tanto o ex quanto o atual governador.
...Mercado gráfico
Sobre o mercado gráfico, no qual atua, Cristhine Samorini observa que o avanço da plataforma digital, nos últimos anos, trouxe grandes desafios. “O setor de embalagens cresce, representando hoje 49%; o editorial responde por 21% e o promocional, mais afetado, está em 5%. Todos precisam se readequar”, diz ela. Lembra ainda que 99% do segmento estadual são de pequenas e microempresas.
Desaparecidos do Triângulo das Bermudas
Um dos locais mais movimentados da noite de Vitória, o “Triângulo das Bermudas”, quem diria, tem ficado assim ultimamente. Aliás, melhor assim mesmo, até que tudo isso passe e o burburinho volte a dominar a cena.
Vacilo Covid
Viraliza nas redes sociais o “Momento Vacilo Covid”. Flagra pessoas fazendo festa, aglomeradas nas praias. No último final de semana, um desses momentos mostrou imagem de rua, em Santa Teresa, cheia de pessoas, como se não houvesse vírus nem amanhã.
Curtas
MOQUECA: Se a venda caiu nos restaurantes, o principal prato da culinária capixaba se fortalece na cozinha do isolamento. Nas peixarias, aumentou a procura de peixe apropriado, juntamente com pedidos de receita para a moqueca ser feita em casa.
A PROPÓSITO: Hercílio Pirão, tradicional chef da culinária capixaba, passou para o filho Nicolai o comando do restaurante no Triângulo das Bermudas, Vitória.
SEM FESTA: Cachoeiro suspendeu sua tradicional festa da cidade, em junho, e a Bienal Rubem Braga. Uma tendência a ser seguida por outros municípios. Ao menos daqueles que não querem repetir o último baile da Ilha Fiscal.
FILOSOFIA NA PANDEMIA: “Se até estátuas estão de máscara...”