Cidade investe em barragem seca contra enchentes
Cidades construídas à beira de rios, como Castelo, Cachoeiro e Iconha procuram soluções para evitar novos alagamentos em períodos de chuvas intensas. Porém, cada caso é um caso. A enchente registrada em Castelo, no último dia 9, reforçou o projeto municipal de construir oito barragens secas, antes da área urbana, para captar e reduzir o fluxo de água. Além de ampliar pontes e fortalecer o comitê criado para monitoramento.
“Aqui, em Castelo, esse comitê sinaliza aos moradores e comerciantes, com três horas de antecedência, que a enchente está a caminho. No dia 9 de janeiro, colocamos logo em operação seis caminhões e 62 funcionários atuando nas remoções e reduzindo os prejuízos”, aponta o prefeito João Paulo Nali.
Cultura de combate
Uma vez que não dá para tirar a cidade do caminho do rio, é “preciso criar uma cultura de combate permanente e regular construções ribeirinhas”, opina Nali. Ele entende que a limpeza do rio sempre ajuda, porém, isso, no caso do rio Castelo, é fator mais psicológico aos olhos da população. E justifica: “Há muita pedra no leito, é complicado desassorear”.
É uma cobra, um pau
Recentemente, familiares de Vitória se reuniram em final de semana num chalé próximo à reserva de Pedra Azul, em Domingos Martins. Receberam a “visita” de uma jararaca, no quintal, recorreram à Polícia Florestal, em vão. Tentaram espantá-la, e nada. À falta de alternativa, foram obrigados a empregar o medieval método de matar a cobra a pauladas.
A propósito
Em Regência, foz do Rio Doce, a bióloga Alexandra Frossard presta grande serviço ao equilíbrio ambiental capturando cobras e devolvendo os répteis à natureza. Deveria ser regra, não exceção.
Respingos da “chuva”
A escalada de contágios pela variante ômicron bomba o mercado dos testes, em clínicas e farmácias. Um exame rápido, em Vitória, sai a R$ 120, por enquanto. O que demora é a coleta.
Estatística duvidosa
Sanitaristas apontam que 87% dos capixabas acima de 18 anos tomaram duas doses de vacina, o que reduz sintomas e letalidade. Em tese, é baixo o número dos negacionistas. Mas há que considerar a defasagem estatística: último censo brasileiro usado como parâmetro é de 2010.
Primos sonoros...
Quando trocou Cachoeiro pelo Rio de Janeiro para tentar a carreira musical, Sérgio Sampaio costumava recorrer ao primo, Raul Sampaio Cocco, compositor já consagrado, nos momentos de aperto financeiro. O sufoco passou após Sérgio estourar nacionalmente com a marcha “Eu quero é botar meu bloco na rua”, de 1972, até hoje regravada. A admiração musical era mútua.
...Estilos diferentes
Sérgio partiu muito cedo, aos 47 anos, vítima de pancreatite. O primo dele nos deixou semana passada, aos 93 anos. A diferença entre eles: Sérgio abusou da própria saúde, enquanto Raul, de vida regrada, costumava se identificar como “o boêmio que não bebe e dorme cedo”.
Terra dos escritores
Panorâmica do centro de São José do Calçado, conhecida como a “cidade dos escritores capixabas”. Por lá, nasceram José Figueiredo Costa, Luiz Fernando Tatagiba, J. Pedro Nunes, Marcos Alencar e José Carlos da Fonseca, entre outros. Ao fundo, chama a atenção a erosão de um morro, nada compatível com o lirismo local, e nada que não possa ser resolvido com arborização e paisagismo.
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CONTÁGIOS. Dados da Findes apontam que 81% das indústrias capixabas tiveram afastamento de funcionários devido à covid e gripe (influenza). Metade dos casos, na 1ª quinzena deste mês.
SINO QUE SUMIU. Pela primeira vez, em muitos anos, a tradicional festa de São Benedito, em Manguinhos, Serra, não teve o repicar do sino da igreja, roubado meses atrás.
SILÊNCIO. Deputado federal mais votado da bancada capixaba, Amaro Neto, sempre tão falante na televisão, completa três anos de silêncio na Câmara Federal.
FILOSOFIA NA PANDEMIA. “Nem Iemanjá escapa. Diante da onda ômicron, neste 2 de fevereiro não vai haver festa no mar”. Entreouvido junto a devotos da “rainha do mar”.