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Aplicativo para médicos ganha destaque mundial

Estudantes do Ifes, do campus Serra, criam app que ajuda a diagnosticar o câncer de mama. Eles vão aos EUA apresentar projeto


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Imagem ilustrativa da imagem Aplicativo para médicos ganha destaque mundial
Premiados: Vitória Aguiar, o professor Fidelis, Wilsiman Santos, Samuel Oliveira, Livia Helena, Caio Silva e Murilo Coser |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Para além do Brasil! Estudantes do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), do campus Serra, se destacaram na Escola Avançada de Tecnologia (EAT), evento que reuniu alunos de todo o País, ao apresentarem um aplicativo que ajuda médicos no diagnóstico do câncer de mama, e vão mostrar o projeto também nos Estados Unidos.

Realizada no final de julho em São José dos Campos, São Paulo, e promovida pelo Instituto Alpha Lumen e pelo MIT Brazil, a EAT propôs um Desafio do App, na qual a equipe LEDS conquistou o primeiro lugar geral, apresentando o “Breast Cancer Detection”.

Como premiação, os jovens ganharam uma imersão tecnológica de uma semana no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), reconhecido como a melhor universidade do mundo, segundo o QS Ranking 2024. Nessa viagem, eles apresentarão o app para uma comissão de especialistas da instituição.

“Os alunos estão aperfeiçoando a aplicação para chegarem no MIT ainda mais munidos”, disse Fidelis Zanetti de Castro, professor que coordenou os jovens.

Na viagem, além de terem sua ideia notada por especialistas de ponta, os estudantes poderão conhecer o MIT, participar de minicursos, ouvir palestras e também conhecer a região de Cambridge.

Viagem

Vitória Cruz, Wilsiman Santos, Samuel Oliveira, Livia Helena da Silva, Caio Silva Assenção e Murilo Coser são os alunos de cursos técnicos integrados ao ensino médio do Ifes que fazem parte da LEDS e a previsão da viagem é para o ano que vem.

“Estou muito animada, sem acreditar até agora que ganhamos. Confesso que estou ansiosa para ver os laboratórios de lá, principalmente os de física. Será uma oportunidade única em que teremos um crescimento tanto profissional quanto pessoal”, disse Livia, de 17 anos.

Caio também não poupou palavras para celebrar a conquista. “Sair de Cariacica e ir para São Paulo já é uma vitória só pelos estudos e amor ao saber, mas chegar lá em São Paulo e receber a notícia que vamos para os Estados Unidos é algo sem igual”, comentou o jovem de 16 anos.

Além da vitória no Desafio do App, a equipe conquistou a medalha de bronze pela construção da ideia e prototipagem do aplicativo na Olimpíada Brasileira de Tecnologia 2024.

Saiba mais

Viagem ao MIT

Na viagem ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), os alunos vão apresentar o aplicativo “Breast Cancer Detection” para especialistas do local, vão conhecer o MIT e participarão de minicursos e palestras.

A equipe está aprimorando o projeto, utilizando uma linguagem de programação específica e de mercado. A proposta é ir ao MIT com o app pronto para ser instalado e usado.

“Por estarem apresentando para uma das maiores comunidades de tecnologia do mundo, é possível que de lá surjam parceiros que queiram ‘tocar’ essa solução”, disse o professor Fidelis Zanetti de Castro.


Fique por dentro

Estabelece pré-diagnóstico

- Breast Cancer Detection

Contexto

De acordo com Fidelis Zanetti de Castro, professor que coordenou os jovens no projeto, pesquisando as formas de tratamento para o câncer de mama, os alunos descobriram que aquela que fornece a maior probabilidade dos médicos acertarem o diagnóstico é a realização de uma biópsia de tecido mamário.

O tecido é analisado em microscópio e com isso se formam várias fotos dele, que são chamadas de histopatológicas.

Porém, os estudantes verificaram também que a análise dessas imagens, que é algo feito visualmente pelos médicos, sendo um processo cansativo e repetitivo, conduz profissionais a terem diagnósticos divergentes. Segundo a literatura, 76% dos médicos oncologistas ou patologistas divergem seus diagnósticos.

E também há a questão de que quando os médicos avaliam, há uma alta incidência de falsos negativos. Isso significa que a pessoa tem o câncer, é submetida ao exame mas este diz que ela não tem. Então, ela vai para casa, piora o quadro clínico e acaba morrendo.

- O aplicativo

Analisa imagens histopatológicas relativas a um tumor e colore as regiões de interesse. Onde há maior probabilidade de ter câncer, ele pinta de vermelho escuro; regiões com probabilidade intermediária, pinta de laranja claro; regiões com menos probabilidade, pinta de verde.

Além disso, também estabelece um pré-diagnóstico. Ele esclarece se o tumor é benigno ou maligno, tendo uma assertividade de 98%. E entre oito tipos de câncer, ele diz o nome.

O médico tem opções: se aceitar o diagnóstico, todas as imagens e todos os laudos vão para a base de dados do hospital; se recusar, a própria resposta do médico é utilizada para realimentar o sistema e retreinar o modelo matemático e o “médico artificial” vai ficando cada vez mais inteligente.

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