Exército Brasileiro envia blindados para a fronteira com a Venezuela
Além das 20 veículos, 130 homens também vão ajudar na segurança da região Essequibo, que pertence a Guiana, mas interessa a Venezuela
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O Exército brasileiro confirmou que deslocou 20 blindados nesta segunda-feira (4) para enviar a Pacaraima, município de Roraima, diante da situação na fronteira com a Venezuela que pode se agravar, principalmente depois do plebiscito que aprovou a anexação da região de Essequibo que hoje pertence à Guiana.
O ministro da Defesa, José Múcio, disse nesta segunda que a operação já estava planejada para o combate ao garimpo na região.

Ainda segundo o ministro, os equipamentos vão ficar no quartel de Boa Vista, em Roraima — esquadrão que vai ser transformado em regimento de cavalaria, com 130 militares.
Militares brasileiros temem que, se o presidente venezuelano Nicolás Maduro levar adiante a invasão do território vizinho, obrigatoriamente teria que passar por Roraima.
Sem a autorização brasileira, Maduro estaria se indispondo com o Brasil, seu principal aliado no continente para entrar em um conflito que ninguém sabe as consequências, ainda que pareça exagerada esse tipo de previsão, disse a jornalista Monica Gugliano, em sua coluna no Estadão.
Embora seja duvidosa a invasão venezuelana, os blindados, do modelo Guaicuru, assim como o aumento do número de homens, vão atuar como força de dissuasão.
Maduro, que governa a Venezuela há praticamente uma década, teme pela sua reeleição em 2024. Ele enfrenta o descontentamento de uma parte significativa da população. Dessa forma, o plebiscito de domingo (3) - no qual 10,5 milhões de um total de 20,7 milhões de eleitores disseram sim - e a ideia de anexar uma parte do território da Guiana mobilizaria o povo, acenderia sentimentos patrióticos.
Essequibo, que a Venezuela reivindica, representa dois terços do território da Guiana em uma área de quase 160 mil quilômetros quadrados, que é razão de uma disputa histórica entre os dois países há séculos.
A região é rica em recursos naturais e fez com que o país se tornasse atualmente o que mais cresce na região. Hoje, a Guiana, um país com 800 mil habitantes, tem as maiores reservas de petróleo per capita.
Já a Venezuela tem as maiores reservas absolutas, embora sua capacidade de produção – por causa do colapso da estatal PDVSA – tenha diminuído de 3,4 milhões de barris/dia para 700 mil/dia.
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