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Saúde

ES bate recorde no transplante de órgãos

No ano passado, foram realizados 173 transplantes de órgãos no Estado, um crescimento de 21,83% em relação a 2023


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O Brasil é um dos líderes mundiais em transplante de órgãos, mas ainda precisa lidar com a taxa de recusa. De acordo com o Ministério da Saúde, de cada 14 pessoas que manifestam interesse em doar, apenas quatro acabam efetuando a doação. Um dos principais obstáculos é a recusa familiar.

Mas o Espírito Santo bateu recorde no número de transplantes de órgãos realizados nos últimos anos, de acordo com dados da Central Estadual de Transplantes (CET-ES).

Em 2024, foram realizados 173 transplantes de órgãos sólidos, um crescimento de 21,83% em relação a 2023, quando 142 procedimentos foram realizados. Em 2022, esse número foi de 104 transplantes.

Foram realizados, em 2024, 10 transplantes de coração, 102 de rim, além de 316 de córneas. Os transplantes de fígado saltaram de 23 para 61 no ano passado.

“São 173 vidas que receberam uma chance. Isso é muito significativo, por isso é importante que a população entenda a importância da doação de órgãos”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann.

Um dos destaques na captação de órgãos no Espírito Santo, no ano passado, foi o Hospital Estadual Central (HEC).

A instituição captou 164 órgãos e tecidos, um crescimento de quase 70% em relação ao ano anterior, quando foram captados 98 órgãos. Foram três corações, 23 fígados, 64 rins e 74 córneas.

Para a enfermeira Ednéia Kuhn, vice-presidente da Comissão Intra–hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do HEC, os bons números são reflexo da maior capacitação da equipe e de espaços acolhedores para as famílias.

“Vemos que há maior número de aceitos do que negativos frente à doação. Apesar que dentro dos tabus ainda existentes sobre a doação, nós sentimos que houve maior sensibilização por parte da população”.

Ednéia Kuhn destaca ainda que um único doador pode salvar cerca de oito vidas.

“É importante que as pessoas falem em vida sobre o desejo de doar. Quando a pessoa esboça esse desejo, o aceite é maior”.

Imagem ilustrativa da imagem ES bate recorde no transplante de órgãos
A enfermeira Ednéia Kuhn destaca que um único doador de órgãos pode salvar cerca de oito vidas |  Foto: Leone Iglesias/AT

Fique por dentro

Mais de 2.300 estão na fila de espera

Os números

Imagem ilustrativa da imagem ES bate recorde no transplante de órgãos
|  Foto: A Tribuna

Fila

Atualmente, 2.347 pessoas aguardam na fila de espera por um transplante no Estado, sendo 966 para rim, 1.344 para córnea e 37 para fígado.

Recusa

O Estado ainda enfrenta desafios como o aumento de 9% nas recusas familiares em relação a 2023.

Como doar

Avise a sua família: os órgãos de uma pessoa só poderão ser doados com autorização de um familiar. É fundamental falar com a família sobre o desejo da doação. A doação de órgãos só acontece após autorização por escrito de familiar.

Quem pode doar?

Doador falecido: são pacientes que foram diagnosticados em morte encefálica, o que ocorre normalmente em decorrência de traumatismos/doenças neurológicas graves. Após a confirmação da morte e havendo autorização familiar, é realizada a doação.

Doador vivo: qualquer pessoa saudável pode ser doadora em vida de um dos seus rins, parte do pulmão ou parte do fígado para um familiar próximo (até 4ª grau consanguíneo). Porém, quando a doação for para uma pessoa não aparentada, é necessário autorização judicial.

Fonte: Sesa.

Doação de órgãos duas vezes na mesma família

Em 2005, a cabeleireira Mitsi Mary Rossi, de 66 anos, e seu marido, o aposentado Joacyr Braz Rossi, 67, sentiram a maior dor que os pais podem sentir: eles perderam o filho Dayverson Vitor em um acidente de moto. Sem pensar duas vezes, decidiram doar os órgãos do jovem.

Eles só não imaginavam que anos depois, Joacyr também precisaria contar com a generosidade de uma família de luto para que ele pudesse sobreviver.

Segundo Mitsi, após o acidente, seu filho, que tinha na época 20 anos, foi internado, mas não resistiu e teve a morte encefálica confirmada quatro dias após o acidente.

Imagem ilustrativa da imagem ES bate recorde no transplante de órgãos
Mitsi e Joacyr decidiram doar os órgãos do filho, que morreu aos 20 anos, após acidente de moto. Tempos depois, Joacyr também precisou passar por transplante |  Foto: Acervo Pessoal

“Ele falava sobre doação de órgãos. Minha filha é enfermeira e meu genro é bombeiro. Então, o assunto 'morte' era muito falado no nosso dia a dia. E Dayverson, mesmo sendo novo, falava que seria um doador. Doamos as duas córneas, dois rins e o fígado”, contou.

“Quando soubemos da morte encefálica, nem esperamos as pessoas do hospital chegarem até nós. Já chegamos e falamos que queríamos doar”, contou a cabeleireira.

Já Joacyr sabia, anos antes de perder o filho, que tinha hepatite, doença descoberta após uma doação de sangue. Durante muito tempo ele fez acompanhamento médico para controlar a doença, mas o problema se agravou e ele precisou do transplante de fígado, em 2014.

“Eu tenho saudade do meu filho que não acaba. Conhecemos todos que receberam os órgãos dele. E graças a Deus teve uma pessoa que também doou para meu marido, porque ele não iria sobreviver”, afirma Mitsi.

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