O que se sabe sobre criança levada morta a PA de Cariacica com sinais de estupro
Tio da vítima e o namorado dele foram presos suspeitos de estupro e homicídio
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A Polícia Civil investiga o caso de um menino de três anos que foi levado morto ao Pronto Atendimento de Alto Lage, em Cariacica, com sinais de espancamento e de estupro, na noite dessa quarta-feira (05). O tio da criança, de 21 anos, e o namorado do tio, de 18, são suspeitos das agressões e foram presos em flagrante.
De acordo com informações do Tribuna Notícias, a vítima foi levada até a unidade de saúde pelo namorado do tio dele. No local, ele alegou que a criança teve uma febre alta e havia sido medicada, porém havia piorado e convulsionado. Ao ser examinado, médicos constataram que o menino já estava em óbito e que tinha sinais de estupro e agressões pelo corpo.
A polícia foi acionada até a unidade de saúde e questionou o suspeito, que confessou ter agredido o menino, mas negou os abusos sexuais. Ele alegou que tomava conta do menino e da irmã dele, de 5 anos, para ajudar o namorado, que possui a guarda das crianças.
DA BAHIA PARA O ESPÍRITO SANTO
O tio do menino e o namorado são da cidade de Itabuna, na Bahia, e chegaram ao Estado há pouco tempo. A criança morta e a irmã, de 5 anos, foram tiradas dos pais após casos de agressão, e desde então a guarda estava com o tio de 21 anos. Segundo informações, o menino de 3 anos inclusive havia perdido a visão de um dos olhos com os espancamentos da família na Bahia.
O suspeito de 18 anos foi indagado sobre seu endereço, e inicialmente não alegou aos policiais não saber onde ficava a residência, por ainda não conhecer a cidade, mas depois de saber que seria conduzido à delegacia, resolveu levar os militares até a casa.
No local, os PMs encontraram um colchão no chão de um quarto, onde havia marcas de suor, manchas que aparentavam ser de sêmen e fezes, além de ventiladores apontando para esse colchão.
VÍDEOS PORNOGRÁFICOS
No quarto também havia um notebook e um tripé, o que, de acordo com os policiais, são indícios de que eram gravados vídeos naquele local. O suspeito alegou aos militares que utiliza esses equipamentos para fazer vídeos pessoais para uma rede social. Ao verificarem o celular do rapaz, os PMs viram que ele havia sido resetado dois dias antes.
"Foi recolhido material lá, notebook, celulares e há um indício sim que possa ter vídeos gravados, material com pedofilia”, destacou Marcos Fonseca, do Conselho Tutelar de Cariacica. A perícia coletou vestígios n local que vão indicar se houve abuso sexual ou não.
OUTRAS CRIANÇAS
A criança morta morava no bairro Oriente, em Cariacica, e era criado pelo tio e pelo namorado deste tio. Além deles o tio tinha a guarda também da irmã da vítima, de 5 anos. Duas adolescentes, de 14 e 16 anos, irmãs deste tio, também viviam no local.
Elas disseram à polícia que o menino de 3 anos passava horas trancado no quarto. Elas afirmaram que naquela data, o namorado do tio havia passado horas no quarto com a vítima e que a única permitida a entrar no local era a menina de cinco anos.
Quando perguntadas sobre possíveis abusos ou agressões, elas afirmavam que o suspeito já havia batido no menino outras vezes, mas não sabiam informar sobre abusos.
Sobre o fato de ficar trancado no quarto com a vítima, as adolescentes disseram que era algo recorrente e que enquanto o tio trabalhava, o namorado ficava com elas em casa.
TIO TAMBÉM FOI PRESOO tio do menino não estava na casa enquanto os militares atendiam a ocorrência. A equipe recebeu a informação de que o homem estava no PA para obter informações sobre o sobrinho. Os militares então foram ao Pronto Atendimento e localizaram o homem. Ele afirmou não ter conhecimento dos abusos sexuais, mas, segundo a polícia, não esboçou qualquer reação em relação ao fato de ter seu sobrinho vitimado.
Tanto o tio da criança, de 21 anos, quanto o namorado do tio, de 18 anos, foram levados à delegacia de Cariacica. A Polícia Civil informou que eles foram autuados em flagrante por homicídio e estupro de vulnerável e encaminhados ao sistema prisional.
O corpo da criança foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) e aguarda que a polícia consiga contato com algum outro familiar para que possa ser liberado.
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