Assassinato na Glória: morte de vendedora foi planejada 10 minutos antes
Antecedentes de Wenderson Rodrigues, acusado de matar uma vendedora, apontam histórico de violência contra mulheres
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Acusado de matar a vendedora Carla Gobbi Fabrette, de 25 anos, Wenderson Rodrigues escolheu a vítima aleatoriamente, mas premeditou a motivação do crime 10 minutos antes de cometê-lo, de acordo com a Polícia Civil.
Carla foi assassinada a facadas, no dia 10 deste mês, enquanto trabalhava, sozinha, em uma loja no bairro Glória, em Vila Velha.
A chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegada Raffaella Aguiar, observou que Wenderson Rodrigues foi preso em flagrante no dia do crime pela Guarda Municipal de Vila Velha.
“E no flagrante, quando ainda não tinham outros elementos de investigação, o delegado só viu que ali a conduta praticada se resumia ao tipo penal, que era da tentativa de homicídio, porque a vítima foi socorrida. E acabou falecendo naquela madrugada seguinte”.
Segundo a chefe da DHPM, nas investigações, percebeu-se que a vítima foi escolhida de forma aleatória, pois não tinha vínculo nenhum com o acusado, mas essa aleatoriedade parou na motivação.
“Fazendo um estudo da vida pregressa desse autor, ele já tinha várias violências domésticas praticadas contra mulheres que eram próximas a ele. Aliado a isso, teve uma câmera no local do fato, e foi percebido que, 10 minutos antes do feminicídio, ele passou do outro lado da rua. Estava analisando as lojas e, quando se deparou com a loja da vítima, ele parou, retornou um pouco, olhou e seguiu”.
Segundo Raffaella, ele voltou e entrou na loja. “Ela trabalhava sozinha, era uma mulher. E ele, em interrogatório, disse que saiu de casa naquele dia para praticar mal a alguém. Só que aquele alguém era uma mulher, mais vulnerável”.
A partir da morte de Carla, a autuação do acusado mudou para feminicídio duplamente qualificado, porque ela era mãe, tinha uma filha de 2 anos, e ele utilizou meio cruel e impossibilitou a defesa.
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, explicou que o feminicídio é um crime autônomo, previsto no artigo 121-A do Código Penal, e não mais uma qualificadora do homicídio.
Acusado demonstrou frieza
As imagens de videomonitoramento da loja onde a vítima Carla Gobbi Fabrette trabalhava mostram o momento em que Wenderson Rodrigues, aparentemente, faz perguntas sobre produtos vendidos no local e fala algo para ela, que faz com que a vítima recue e é quando ele a esfaqueia.
De acordo com a chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegada Raffaella Aguiar, quando interrogado sobre o que falou para a vítima, o acusado pediu avaliação de um psiquiatra e solicitou um defensor.
“No primeiro momento, a gente achou que ele estava arrependido. Entretanto, quando começam as perguntas de fato, sobre a motivação, ele se mostrou frio e calculista. Ele alegou que precisava de um psiquiatra e de um defensor”.
Ensanguentado
De acordo com a delegada, logo após sair do fundo da loja, já tinham dois homens dentro do local, para verificar o que estava acontecendo, porque foram ouvidos os gritos.
“Com isso, ele saiu ensanguentado falando: 'Olha, machucaram a menina ali, ela está muito machucada'. E ele estava todo ensanguentado. Logo em seguida, ele já pegou a faca e deu um golpe no pescoço. Se ele fez de fato para atentar contra a própria vida, não sabemos. Pode ser também um jogo para alegar possível insanidade”.
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