Tromboembolismo pulmonar de Luiz Gustavo, do São Paulo, pode até encerrar carreira do volante
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A notícia do afastamento de Luiz Gustavo, do São Paulo, por tempo indeterminado, pode ser pior do que o torcedor imagina. O volante foi diagnosticado com tromboembolismo pulmonar após reclamar de dores no peito neste sábado, dia 5, no CT da Barra Funda. Ele está internado no Hospital Albert Einstein, próximo ao estádio do MorumBis, e ainda não há previsão de alta.
A reportagem do Estadão conversou com a dra. Sandra Guimarães, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, para entender a gravidade da situação. Segundo ela, o quadro pode até colocar um ponto final na carreira do jogador de 37 anos.
“É uma condição clínica que acontece a presença de um coágulo na circulação artéria pulmonar, 90% das vezes vem de membros inferiores, da rede venosa, viajam por toda circulação corpórea e ficam encravados na circulação”, explicou a médica sobre o tromboembolismo pulmonar.
“Esse stop faz com que o paciente tenha dores torácicas, tosse, falta de ar, isso é muito mais frequente em patologias que o paciente tenha previamente um caso cirúrgico, quando se está em viagem, quando tem trauma, algum problema da parte motora”, completou. É válido ressaltar que Luiz Gustavo esteve em campo na última quarta-feira em duelo do São Paulo com o Talleres na Argentina, pela Libertadores.
“É muito mais encontrado em idosos do que jovens. Ou ele teve uma condição clínica ortopédica que causasse a formulação do coágulo ou na genética de uma tendência maior de formulação de coágulo”, disse.
Em casos mais sérios, segundo a médica, há até o risco de óbito. “Pode dar até em morte súbita, quase 25% de mortes súbitas sem causa aparente são embolia de pulmão na rede hospitalar, muitas vezes passam despercebidos, muitas vezes fica subdiagnosticado. Mexe justamente numa circulação que determina uma limitação do paciente aos esforços grandes. Se o coágulo for grande, pode aumentar a pressão dentro desta rede cardiopulmonar e ter uma limitação ventilatória e circulatória. O que vai ditar isso é o tamanho do coágulo e da pressão”, explicou.
“Inicialmente demora 15 dias pra ter uma adaptação da circulação daquela ocorrência”, finalizou.
Risco em atletas de alto rendimento
No caso de Luiz Gustavo, que está em constante desgaste físico, é preciso ter um olhar atento à situação. Especialmente ao considerar a idade do volante são-paulino. “Pode ter falta de ar pra fazer esforços, limitação de oxigênio, mas em 15 dias pode ter uma adaptação. É precoce dizer as sequelas. É possível voltar sem sequelas. Mas como o tratamento é baseado no afinamento do sangue. Um atleta usando anticoagulante, se sofrer alto impacto é uma situação grave. Existe risco de interrupção de carreira”, finalizou.
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