Reeducação alimentar e novos hábitos
Aceitação dos corpos é fundamental, mas nutricionista orienta que a obesidade deve ser tratada como questão de saúde pública
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Embora a luta pela aceitação dos corpos do jeito que são seja válida, os riscos do excesso de gordura corporal precisam ser tratados com seriedade.
É o que considera a nutricionista Danielli Pizzol, que fala sobre as causas da doença e a importância da reeducação alimentar. A Pesquisa Nacional de Saúde de 2020 aponta que 96 milhões de brasileiros estão com excesso de peso e a obesidade atinge 41,2 milhões de adultos.
Estudo financiado por Bill Gates e Melinda Gates, mostra que 2,1 bilhões estão acima do peso no mundo, com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 25 kg/m², um risco para a vida dessas pessoas.
“Nas últimas três décadas, as pessoas passaram a fazer menos atividades físicas, pioraram a alimentação no dia a dia, o sono ficou insuficiente e tiveram mais ansiedade. A doença é multifatorial e engloba as dimensões biológica, social, cultural, comportamental, de saúde pública e política”, afirma Danielli.
A nutricionista acredita que a aceitação dos corpos é fundamental, mas que a obesidade deve ser tratada como um problema de saúde pública. “Ninguém merece sofrer por não aceitar o próprio corpo, mas é preciso tratar para reduzir os riscos. O excesso de gordura pode levar a muitas doenças, entre elas as do coração, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, problemas no fígado e várias formas de câncer”.
E completa: “Pequenas alterações nos hábitos auxiliam na perda de peso, iniciando uma mudança no estilo de vida e melhorando a qualidade e expectativa de vida”.
Ela cita o consumo de alimentos ricos em fibras, como vegetais folhosos, frutas, leguminosas e cereais integrais. E evitar processados e ultraprocessados, como molhos prontos, linguiças, salsichas e biscoitos recheados. “Importante buscar um ambiente tranquilo e agradável para fazer as refeições. Evitando, por exemplo, assistir televisão, pois isso tira o foco da pessoa”.
DICAS DA NUTRICIONISTA
- Fracionar refeições, em média de 5 a 6 no dia, sendo 3 grandes refeições (café da manhã, almoço e jantar); e 3 pequenos lanches.
- Evitar pular as refeições, evitando longos períodos em jejum.
- Iniciar as refeições com o consumo de saladas.
- Usar sal em quantidade moderada.
- Consumir carboidratos integrais, como macarrão, arroz e pães integrais, ao invés dos simples, como doces e sorvetes.
- Tomar, em média, 2 litros de água por dia.
- Preferir sucos naturais não açucarados ao invés de sucos industrializados ou refrigerantes.
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