Vitória é a capital com o metro quadrado mais caro entre as capitais do país
Estudo da Fipezap aponta ainda a ilha no 3º lugar na lista geral de cidades com maior preço, além da 6º colocação em valorização de imóveis
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O metro quadrado mais caro entre as capitais do Brasil é o de Vitória, segundo levantamento do Índice Fipezap de Venda Residencial, superando metrópoles como Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis e Curitiba. Os dados são do último mês.
Custando R$ 12.287, o metro quadrado da capital capixaba não só é o mais caro entre as capitais, mas também é o terceiro de maior preço entre as cidades em geral do Brasil, atrás só de Balenário Camboriu (SC) e Itapema (SC), onde o metro quadrado vale mais de R$ 13 mil.
Vitória também foi a sexta capital com maior alta nos preços dos imóveis no ano passado, com 12,51% de aumento em relação ao ano anterior, atrás apenas de Curitiba (18%), Salvador (16,38%), João Pessoa (15,54%), Aracaju (13,79%) e Belo Horizonte (12,53%).
A gerente comercial da Nazca Construtora, Simone Mozine, citou que Vitória já tem algumas regiões consolidadas onde há públicos específicos para compra de propriedades, como é o caso da Praia do Canto.
Ela citou como exemplo o Reserva Vitória, novo empreendimento na Enseada do Suá, como exemplo de atração de compradores e também de potencial de valorização imobiliária.
“Trata-se de um imóvel com localização privilegiada, em um bairro nobre, perto de um shopping, da praia, e com um parque cultural ao lado. Será entregue neste ano e já teve 90% de suas unidades vendidas, com os outros 10% com preços partindo dos R$ 4 milhões”, detalha.
Sócio-proprietário da N Imóveis em Vitória, Sidnei Nascimento explicou que a escassez na oferta de terrenos disponíveis para construção de empreendimentos, sejam residenciais ou comerciais em Vitória, é um dos fatores que contribuíram para essa capital ter o metro quadrado mais caro no País.
“Quando as construtoras compram o terreno, ele é adquirido com um valor muito alto, que acaba sendo repassado ao consumidor. Mas não é um produto que se desvaloriza, pelo contrário: a tendência é se valorizar mais e mais com o passar dos anos”.
Também sócio-proprietário da N Imóveis, Fábio Dantas destaca que o perfil do comprador de imóveis em Vitória mudou. “Antes, eram pessoas que buscavam um local de passeio, férias, turismo. Hoje o pensamento é em ter uma residência fixa, o que contribui para a valorização”, avaliou.
Empresários veem com ressalvas o levantamento
Empresários do Espírito Santo fizeram ressalvas sobre o levantamento da FipeZap e não concordam totalmente com o estudo, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O diretor de Economia e Estatística do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-ES), Eduardo Borges, lembrou, primeiramente, que a pesquisa é feita com imóveis usados.
Ainda enfatizou que Vitória é a menor capital do Brasil, não tendo espaço para a produção de unidades do segmento econômico, e que a capital capixaba não tem, por exemplo, empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida.
“Não tem espaço. Os apartamentos de perfil mais econômico acabam em cidades próximas. A capital, por ser pequena, acaba sendo o local onde apartamentos realmente são da classe média, média-alta ou de luxo.”
Já o vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado (Ademi-ES), Alexandre Schubert, destaca que, se comparada aos bairros de classe média e alta em outras capitais, os valores de Vitória são mais acessíveis.
“Leblon, por exemplo, tem metro quadrado de R$ 24.119, quase o dobro da Praia do Canto, que é o maior daqui de Vitória”, exemplifica.
Praia do Canto teve maior valorização
Entre capitais brasileiras
Quatro capitais brasileiras ultrapassam R$ 10 mil por metro quadrado. Vitória (ES) lidera com R$ 12.287, seguida por Florianópolis (SC), São Paulo (SP) e Curitiba (PR), que também figuram entre as cidades mais caras para imóveis residenciais.
Vitória também aparece na sexta colocação no ranking de capitais com metro quadrado mais valorizado ao longo de um ano, com 12,51% de ganho de valor de 2023 para 2024.
No estado, Vila Velha também apareceu no ranking, na 13ª colocação, com R$ 9.056.
Bairros
O bairro com o metro quadrado mais caro da capital capixaba atualmente é a Praia do Canto, com R$ 14.592. Na sequência estão Mata da Praia, com R$ 13.754; Barro Vermelho, com R$ 13.532; Enseada do Suá, com R$ 13.519; e Jardim Camburi, com R$ 11.020.
Completam a lista Bento Ferreira (R$ 10.124); Santa Lúcia (R$ 9.570); Jardim da Penha (R$ 9.342); Praia do Suá (R$ 9.280); e o Centro (R$ 3.403).
A maior valorização nos últimos 12 meses entre os bairros foi da Praia do Canto, com 21,8%, seguida de Bento Ferreira, com valorização de 20,4%.
No País
O preço médio de imóveis no Brasil é de R$ 9.366 por metro quadrado, segundo valor calculado pelo Índice FipeZAP em dezembro de 2024.
O ranking do metro quadrado mais caro do Brasil em dezembro do ano passado é dominado por Santa Catarina, com quatro das cinco cidades do Top-5 sendo daquele estado. A única exceção foi justamente Vitória.
Balneário Camboriú (SC) liderou o ranking , com o valor de R$ 13.911 por metro quadrado. Além dela, também estão no Top-5 as cidades de Itapema, Itajaí e Florianópolis.
Unidades
Unidades de dois dormitórios têm menor preço médio, mas valorização consistente. Apesar de serem vendidas pelo menor preço médio (R$ 8.387/m), essas unidades acumularam alta de 7,16% em 2024, próxima à média do índice.
Já os de três dormitórios apresentam valorização superior à média de dois quartos. Com aumento acumulado de 8,08% em 2024, esses imóveis demonstraram desempenho significativo, apesar de apresentarem uma valorização mensal mais tímida (+0,57%).
Como funciona?
O levantamento, que analisou preços em 56 cidades brasileiras, aponta variações de preço mensal e anual, além de comparar os valores médios por tipo de imóvel e número de quartos. A análise considera ainda indicadores de inflação, como o IPCA e o IGP-M.
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