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Tribuna Agro

Presunto que só existe no ES vira negócio milionário

O socol só tem este nome se for de Venda Nova do Imigrante, e suas vendas anuais alcançam a cifra de R$ 1,2 milhão


Imagem ilustrativa da imagem Presunto que só existe no ES vira negócio milionário
Thais e Rafael vendem produção na loja rústica que gerenciam na propriedade da família: características |  Foto: Roberta Bourguignon / AT

O socol, um tipo de presunto cru, começou a sua história em Venda Nova do Imigrante há 150 anos com a chegada dos italianos. Eles vieram da região do Vêneto, Norte da Itália, e preparavam o embutido para consumo ou em datas especiais.

Após 1989, com a promoção do agroturismo, a receita alcançou espaço no mercado e hoje movimenta mais de R$ 1 milhão por ano em vendas, de acordo com a prefeitura do município da região Serrana do Espírito Santo.

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Prefeito de Venda Nova do Imigrante, João Paulo Schettino Mineti explicou que oito famílias da cidade produzem, em média, 14 toneladas de socol e que o produto tem o selo de Identificação Geográfica (IG).

“Temos aqui oito famílias produtoras de socol cadastradas. Juntas, elas conseguem produzir cerca de 14 toneladas do embutido e movimentar R$ 1,2 milhão na economia da cidade”, garantiu o prefeito.

Na localidade de Alto Bananeiras, a família de Thais Falqueto faz artesanalmente o socol da marca Tio Vé, nome que vem do apelido do pai dela, Elvécio. O lombo do porco fica três dias na salmoura, depois é envolto numa membrana chamada peritônio e, em seguida, é pendurado para maturar por meses.

“Isso vem da tradição da família da minha avó, por parte de pai, era a forma de conservar a carne. Nós continuamos essa tradição de mais de 130 anos”, diz ela.

A produção só é feita entre maio e outubro, os meses mais frios do ano. Apenas nesse período se desenvolve o fungo benéfico para o embutido, que deixa a maturação da carne mais lenta, mas não causa nenhum odor ou sabor, por causa da membrana que o protege.

Toda a produção é comercializada em uma loja rústica na propriedade da família, que é gerenciada pela Thais e seu esposo, Rafael Angeleti.

“O fungo verde, às vezes o fungo branco, é benéfico para o socol. Já o fungo amarelado altera o sabor, o que acontece no verão”, explica Thais.

Segundo ela, uma singularidade do produto feito na região são esses fungos encontrado ali, que no caso do socol é essencial para maturar a carne de porco.

“A região de Venda Nova do Imigrante foi protegida porque só aqui acontece essa mágica, esse processo de ‘socolização’. Uma tradição italiana que se adaptou e se tornou um produto único no mundo”, pontua.

Depoimento

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Wesley Falqueto, secretário de Agricultura de Venda Nova |  Foto: Divulgação

Produto valorizado

“O quilo do socol é vendido, em média, a R$ 180 e por isso é fonte de renda para as pessoas que produzem esse embutido em Venda Nova. Não bastasse isso, é uma tradição que mantém viva a cultura dos colonizadores das montanhas capixabas. O socol tem um sabor singular e é um item indispensável numa mesa de petiscos. É um produto italiano que se tornou capixaba e único”

Identificação Geográfica e atração de turistas

Além de movimentar a economia de Venda Nova, o socol celebrou mais de um ano de Indicação Geográfica (IG).

“O socol é um bem do município que tem muita história. Ele ganhou espaço, visibilidade, capacitação e a indicação geográfica. A produção desse tipo de embutido atrai turistas e pretendemos ampliar o acesso a isso”, destacou o prefeito João Paulo Schettino Mineti.

IG é um registro concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) aos produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem. Um exemplo é o champanhe. Para se chamar dessa forma, ele precisa ter sido produzido na cidade homônima na França. Caso contrário, é apenas um espumante.

A solicitação, uma iniciativa da Associação Dos Produtores de Socol de Venda Nova do Imigrante (Assocol) foi feita em 2014 e aprovada em junho de 2018.

À época, a Indicação Geográfica foi publicada na Revista da Propriedade Industrial (RPI), produzida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

“Essa conquista mostra-se como importante instrumento de divulgação do Espírito Santo perante turistas e possíveis investidores”, apontou o empresário e morador de Venda Nova do Imigrante, Carlos Bianchi.

“Estamos muito felizes com o reconhecimento da origem e qualidade do Socol capixaba, que é reflexo da cultura local e reflete no turismo na região. Esse reconhecimento valoriza o socol como um produto típico e representante da cultura italiana de Venda Nova”, concluiu

O socol é produzido nas localidades de Alto Bananeiras, Bananeiras, Tapera, Alto Tapera e Providência.

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