Novo consignado vai permitir negociar empréstimos antigos
Modalidade de crédito vai possibilitar que o trabalhador migre a dívida de um tipo de empréstimo para outro e reduza a taxa de juros
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A nova modalidade de crédito consignado privado que está sendo criada pelo governo federal vai permitir que o trabalhador migre a dívida de um tipo de empréstimo para outro e reduza a taxa de juros.
Quem contratar um empréstimo pelo crédito pessoal ou mesmo o consignado antigo, por exemplo, terá como quitar a dívida anterior e passar a mesma para um contrato do novo modelo. Isso deve ocorrer por meio de leilões de ofertas, inclusive entre bancos diferentes.
A previsão é de que as taxas de juros da nova modalidade de empréstimo fique entre 1,8% e 2,89%, menos do que as praticadas pelo consignado privado atual e pelo empréstimo sem garantia. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
O valor a ser cobrado mensalmente não será fixo e poderá variar de acordo com cada banco.
O empréstimo consignado atual, adotado a partir de convênio entre empresa e instituição financeira, possui teto de 2,89%. Isso impede que o banco cobre mais do que esse percentual do cliente.
Já o empréstimo pessoal sem garantia — ou seja, aquele que não utiliza o mecanismo do consignado — é o mais caro para o consumidor, com taxa de 6,09% ao mês.
Hoje, o consignado público é o que tem menor taxa. Disponível para servidores municipais, estaduais e federais ativos, aposentados ou pensionistas, além de militares da ativa, inativos e pensionistas, essa modalidade tem teto de 1,8% ao mês.
Para o economista e mestre em Políticas Públicas Eduardo Araújo, mesmo que o novo modelo tenha taxas mais baixas, o risco de superendividamento permanece quando considerado o acumulado ao longo de um ano.
“Caso seja perto de 2,89%, ficaria próximo de 40,7% ao ano. Se o trabalhador não tiver clareza de seu fluxo de renda ou se já estiver comprometendo parte substancial do salário, a prestação do consignado pode pesar no orçamento”.
O que deve definir os juros em cada banco serão os leilões e a competição entre os bancos pelos clientes. O contexto macroeconômico do País, como a situação do mercado de trabalho, a taxa de inflação e os juros básicos (taxa Selic) também devem influenciar.
Para os bancos, a vantagem será o acesso que terão às informações da plataforma e-Social, como empréstimos já tomados pelo cliente, o chamado “tombamento”. Essa possibilidade deve garantir juros mais baixos ao consumidor.
Entenda
O que é o consignado
É um tipo de crédito cujo valor das parcelas é descontado diretamente do salário do trabalhador.
Dessa forma, parte da renda fica comprometida antes de o dinheiro chegar à conta do trabalhador.
Por esse motivo, os bancos contam com um nível de segurança maior em relação ao recebimento das parcelas de pagamento.
Por ser menos arriscado aos bancos, eles oferecem taxas de juros mais baixas quando comparadas a outras modalidades.
Como será o novo modelo
Vai permitir que os trabalhadores do setor privado façam um empréstimo consignado em qualquer banco, sem precisar de convênios entre a empresa e a instituição financeira.
Os contratos devem ser firmados pela plataforma do e-Social, sistema eletrônico do governo.
Os bancos, porém, pedem a possibilidade de os clientes utilizarem os próprios aplicativos deles para acessar o novo consignado. A expectativa é de que o projeto seja encaminhado ao Congresso em março.
Fonte: Serasa e jornal O Estado de S. Paulo
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