Juros altos e baixa atividade ameaçam 15 mil empresas no estado

| 24/03/2021, 15:54 15:54 h | Atualizado em 24/03/2021, 16:11

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-03/372x236/fernando-otavio-9c4b8d1e0458f77fce73bee0d20c23bf/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-03%2Ffernando-otavio-9c4b8d1e0458f77fce73bee0d20c23bf.jpeg%3Fxid%3D167108&xid=167108 600w, Fernando Otávio diz que aumento dos custos prejudica as empresas
A previsão de que as taxas de juros voltem a subir no País preocupa setores empresariais do Estado, e o encarecimento do crédito pode levar até ao fechamento de atividades.

Na última semana, o Banco Central elevou a taxa de juros básicos da economia (Selic) de 2% para 2,75% ao ano, mas a entidade projeta que a Selic pode chegar a 3,25% já em maio, podendo terminar o ano no patamar de 5%.

Segundo o vice-presidente financeiro da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Fernando Otávio Campos, cerca de 15 mil empresas no Estado podem ter dificuldades com o cenário de alta de juros, aumento de custos e baixa demanda provocada pelas novas restrições.

Entre elas, as microempresas serão afetadas mais rapidamente pela trajetória de alta nos juros.

“Pode-se considerar que todas as empresas que fizeram uso dos empréstimos emergenciais são mais vulneráveis, pouco mais de 10 mil empresas. Além das que mais precisaram de empréstimos direto, outras 5 mil estão mais suscetíveis porque seu crédito estará mais caro”, afirmou o representante da Findes.

“Muitas vão fechar por conta da pandemia, por conta dos juros, por conta do aumento da inflação, todas serão afetadas negativamente”, prevê Fernando Otávio.

O diretor da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin, afirmou que, além do crédito mais caro, o aumento dos custos impacta diretamente na continuidade de atividades.

“Houve encarecimento dos custos de matéria-prima, transportes, e de outro lado, não se pode repassar aos clientes. Em um momento em que as empresas estão extremamente fragilizadas, isso é mais uma dificuldade que vai levar ao fechamento de negócios”, afirmou Bergamin.

O economista Eduardo Araújo explicou que o movimento de alta de juros busca controlar a inflação, mas também tem outras causas.

“A medida também contribui para o financiamento do setor federal, por meio de títulos públicos, e tende a fazer com que a taxa de câmbio baixe”, afirmou.


SAIBA MAIS Selic pode ir a 5% até o fim do ano


Juros e crédito

  • A taxa Selic, hoje definida em 2,75% ao ano, influi diretamente nas taxas de juros que são praticadas pelos bancos para conceder crédito à população e às empresas.
  • A Selic chegou ao menor patamar da história em 2020, definida em 2%, na tentativa do Banco Central de aquecer a economia.
  • Como há pressão inflacionária, entretanto, o Banco Central tende a voltar a elevar a Selic.
  • A projeção do BC é de que a Selic pode terminar 2021 no patamar de 5% ao ano. Já em 2022, a previsão é de que a taxa atinja os 6%.

Prejuízos

  • Com as operações prejudicadas e o faturamento baixo, empresários afirmam que o custo maior do crédito pode causar o fechamento de empresas.

Fonte: Especialistas ouvidos

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