Estudo revela as cidades onde os moradores mais gastam
Vila Velha e Serra são as duas primeiras, à frente da capital. A 4ª é Cariacica, seguida por Cachoeiro, que lidera fora da Grande Vitória
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Apesar da elevada taxa de juros e da alta da inflação, o cenário para o consumo é de otimismo, com níveis percentuais bem acima dos da economia em geral. É o que aponta o estudo IPC Maps 2025, especializado há mais de 30 anos no cálculo de índices de potencial de consumo nacional.
A pesquisa também revela quais são as cidades do Espírito Santo com potencial de consumo e, consequentemente, as mais promissoras para investimentos. No Estado, 23 municípios têm mais de R$ 1 bilhão circulando na economia. Liderando a lista está Vila Velha, seguida da Serra. Vitória, no entanto, ocupa o terceiro lugar no ranking.
O economista Marcelo Loyola Fraga, diretor-geral da Faculdade Capixaba de Negócios, analisa que, embora Vitória tenha uma renda per capita superior à de Serra e Vila Velha, sua população é significativamente menor que a desses dois municípios.
“Além disso, quanto maior a renda per capita, maior a probabilidade de as famílias já possuírem boa parte dos bens dos seus sonhos, o que reduz o consumo e aumenta a destinação dos recursos para aplicações financeiras — especialmente em um cenário de juros elevados”.
Sócio da IPC Marketing Editora e responsável pela pesquisa, Marcos Pazzini diz que a melhoria dos níveis de emprego com carteira assinada proporcionou uma garantia de renda ao trabalhador, refletindo diretamente na escalada dos valores de consumo.
Entre os principais gastos estão habitação (incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás), medicamentos e saúde, alimentação e bebidas fora de casa, materiais de construção, educação, vestuário e calçados.
Pazzini também chama a atenção para uma realidade: o aumento da expectativa de vida. “O envelhecimento da população leva a mudanças nos hábitos de consumo, especialmente no aumento das despesas com saúde. Gasta-se mais com medicamentos, e os planos de saúde ficam mais caros. Por isso, os serviços de saúde, em geral, representam uma excelente oportunidade de mercado neste momento.”
Para quem deseja empreender, o gerente de atendimento Regional Metropolitano do Sebrae-ES, Leonidio Pinheiro, destaca que planejamento é fundamental.
“Independente do ramo de atuação, o mais importante de tudo é o planejamento. Pesquisar o mercado, aquilo que pretende montar, se tem afinidade, se preparar financeiramente, procurar o melhor local, verificar a concorrência e ter um bom plano de negócio. Sem isso, o sonho pode deixar de se tornar realidade”.
Exemplos de negócios
Setores em alta
Saúde
O aumento nas despesas com medicamentos, consultas, planos de saúde abre oportunidades para farmácias, clínicas médicas, laboratórios, cuidadores de idosos, home care.
Bem-estar
O envelhecimento da população, com idosos cada vez mais ativos e buscando qualidade de vida, aumenta a demanda por alguns tipos de negócios, como academias especializadas para a terceira idade, clínicas de fisioterapia e pilates, nutrição e alimentação saudável.
Turismo e lazer para a terceira idade
Agências de turismo que programam excursões, cruzeiros e turismo religioso são serviços com demanda em alta.
Serviços de conveniência
Aumento da demanda por serviços que tragam facilidade no dia a dia, como delivery, transporte especializado são outros exemplos de negócios.
O aumento da frota automotiva amplia a demanda em setores como venda e manutenção de veículos, incluindo elétricos.
Outros exemplos em alta
Comércio varejista de artigos do vestuário, acessórios e de bebidas.
Lanchonetes, restaurantes e similares.
Fornecimento de alimentos preparados para consumo domiciliar.
Atividades de estética.
Instalação e manutenção elétrica, bem como serviços de manutenção e reparação mecânica de veículos.
Fonte: IPC Maps e Sebrae ES
Saiba mais
Metodologia
O estudo IPC MAPS 2025 é um banco de dados secundários, que é preparado e é atualizado anualmente pela empresa IPC Marketing Editora LTDA, baseado em dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e por outras instituições oficiais.
Ele contempla o consumo das populações urbanas e rurais, e traz dados demográficos dos municípios, estados e total Brasil.
As informações, atualizadas para este ano, foram detalhadas para todos os 5.570 municípios brasileiros, independentemente do número de habitantes.
As estimativas da população brasileira, divulgadas pelo IBGE em agosto de 2024, serviram de parâmetro para a atualização das informações demográficas do IPC MAPS 2025.
Para os cálculos dos valores de potencial de consumo, foram usados os dados mais recentes da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2018, divulgados no início do mês de outubro de 2019.
A atualização do estudo IPC Maps para 2025 levou em consideração a classificação dos domicílios urbanos segundo o Critério de Classificação Econômica Brasil, desenvolvido pela Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (ABEP) e Associação Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado (ABIPEME), em vigor desde janeiro de 2015, que classifica a população brasileira em seis classes econômicas e apresenta, de forma exclusiva, a quantidade de domicílios e respectiva participação de cada classe no potencial de consumo.

Fonte: IPC MAPS 2025
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