Entenda o novo empréstimo com desconto em folha para quem está empregado
Popular com servidores e aposentados, crédito que tem prestação debitada diretamente do salário será ampliado entre os trabalhadores em geral
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O governo planeja lançar este ano uma nova versão do crédito consignado privado. No Estado, a modalidade com juros menores e com desconto no salário será liberada para cerca de 800 mil trabalhadores.
São todos os empregados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), incluindo domésticos registrados em carteira, que contabiliza 42 milhões no País, segundo o ministro do Trabalho Luiz Marinho.
O Planalto deve encaminhar uma medida provisória ou um projeto de lei ao Congresso sobre o consignado privado até fevereiro, de acordo com o ministro do Trabalho. O presidente Lula disse ontem que será o “maior programa de crédito do País”.
A plataforma integrará bancos e trabalhadores, que poderão comparar as taxas dos bancos. Segundo o governo, essa mudança facilitará a concessão de crédito.
Com a nova proposta, o Ministério do Trabalho destacou que o empréstimo poderá ser oferecido aos trabalhadores com carteira assinada por qualquer banco. Não haverá mais a necessidade da intermediação com a empresa empregadora.
A contratação se dará num tipo de leilão. Pela nova plataforma, quando o empregado demonstrar interesse no consignado, os bancos poderão elaborar propostas, que ficarão disponíveis para escolha de quem pretende contratar a operação.
O economista Ricardo Paixão explicou que a taxa de juros do consignado é bem menor do que de outras modalidades de crédito, e que cerca de 800 mil trabalhadores terão acesso à modalidade.
“É uma boa possibilidade, mas sempre a orientação para que antes de contrair uma linha de crédito é estar bem explícito qual o objetivo do empréstimo e se vai solucionar realmente aquela demanda”.
Em um cenário de juros historicamente elevados no Brasil, essa nova modalidade de crédito pode oferecer taxas sensivelmente menores, beneficiando o trabalhador e estimulando o consumo, segundo o economista Eduardo Araújo.
“Há, contudo, pontos que merecem atenção. O endividamento excessivo é um risco real se a oferta de crédito não vier acompanhada de mecanismos de proteção ao consumidor e de educação financeira”.
Entre os pontos positivos, destaca-se a possibilidade de acesso facilitado ao crédito, disse o economista Marcelo Loyola. “Taxas mais baixas e prazos mais flexíveis, o que pode ser crucial em tempos de instabilidade econômica”.
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