Empregados demitidos por pedofilia e até apoio ao nazismo na internet
Empresas apertam o cerco contra conteúdos inapropriados de seus empregados e acabam flagrando postagens criminosas na internet
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Cada vez mais preocupadas com a própria imagem, as corporações buscam profissionais alinhados com seus valores. Mesmo quando não estão trabalhando, os colaboradores têm sua imagem associada à delas.
Para isso, contratam consultorias e especialistas que monitoram o que eles dizem e fazem na internet. Há casos, no Estado, em que são flagradas situações que vão além da livre opinião, como o compartilhamento de conteúdo com pedofilia e até de apoio ao nazismo.
Casos assim resultam em demissão, mas sem justa causa e, às vezes, sem que o profissional seja denunciado, para evitar exposição.

O CEO da Heach, Elcio Paulo Teixeira, lembrou de casos de compartilhamento de conteúdos de apologia ao nazismo em redes sociais, citando um com conteúdo negando o extermínio de judeus pelo regime nazista na Alemanha.
“Uma vez que o colaborador recebe o material e compartilha, ele passa a fazer parte do delito. Está sujeito a ser indiciado e punido.”
Ele também relatou outros comportamentos. “Quem fica curtindo fotos de crianças nas redes sociais, que cadastra o e-mail corporativo em sites de relacionamentos e que compartilha conteúdo indevido, vai expor a empresa em um processo de investigação criminal”.
Embora a rede social seja pública, a empresa não pode demitir por uma opinião pessoal. “Mas há leis que limitam essa liberdade. Nessas situações, a demissão nunca é por justa causa”, afirmou Elcio.

Mas o juiz da 7ª Vara do Trabalho de Vitória e doutor em Direito, Marcelo Tolomei, alertou os empregadores. “Caso o crime esteja sendo realizado com a tecnologia da empresa ou com alguma forma de participação de sua estrutura, convém, sim, a imediata denúncia, devido ao risco de cumplicidade”.
E não é só dentro da empresa que esse crime provoca demissão. As corporações estão atentas às redes sociais pessoais dos empregados. Mesmo que o profissional não informe no seu perfil onde trabalha, com uma análise das postagens é possível descobrir.
Uma jurista relatou um caso no Estado em que um funcionário foi demitido após ser flagrado assistindo a pornografia infantil na empresa para a qual trabalhava, durante o expediente. O flagrante foi feito por uma estagiária que denunciou o caso à empresa.
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