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Economia

Corrida por aplicativo: passageiros relatam insegurança e prejuízos em viagens

Cobrança de valores “extras” por percurso e pagamento fora dos apps de transporte têm sido recorrentes, assustando os clientes


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Imagem ilustrativa da imagem Corrida por aplicativo: passageiros relatam insegurança e prejuízos em viagens
Passageira procura corrida por aplicativo: queixa sobre prestação de serviço e práticas irregulares de motoristas |  Foto: Leone Iglesias/AT

A cobrança de valores “extras” por um percurso ou até um convite para realizar a viagem e o pagamento fora do aplicativo de transporte – diretamente ao motorista – tem surpreendido passageiros.

Eles relatam prejuízos e medo com as corridas “por fora” da plataforma.

No final de janeiro, o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-ES) enviou uma notificação para uma plataforma, por falhas na prestação de serviço e práticas irregulares de motoristas parceiros.

Segundo o órgão, usuários têm relatado que, em áreas de difícil acesso ou alta demanda, motoristas propõem corridas particulares e cobram valores diferentes dos estipulados pela plataforma.

Uma professora de 49 anos, que preferiu não se identificar, contou que nesta semana se sentiu coagida após solicitar uma corrida por uma plataforma.

“Fiz o pagamento pelo Pix, como sempre faço. Quando entrei no carro, o motorista perguntou qual era o valor da corrida. Eu disse que a corrida já estava paga, mas ele insistia em saber o valor e mantinha o carro parado. Por fim, respondi e ele perguntou se eu aceitaria fazer a corrida fora do aplicativo”.

A professora, que mora em Vitória, contou que negou a corrida por fora e que queria ir pelo aplicativo. “Para a minha surpresa, ele disse que havia desligado o aplicativo. Por receio, abri a porta e saí. Cancelei a corrida e paguei a taxa do cancelamento”.

Uma assistente administrativo de 50 anos passou por dificuldades em dezembro, em Meaípe, Guarapari. “Após pedir uma corrida do hotel para uma casa de shows, o motorista aceitou — com um valor de R$ 20. No entanto, ele me chamou no 'bate papo' dizendo que o valor da corrida era R$ 80”.

Ela, então, insistiu na corrida pelo aplicativo, mas o motorista afirmou que, nesta época em Guarapari, todos os motoristas cobram um valor separado, porque não compensa no valor do aplicativo.

Depois de passar por situações repetidas, ela teve de aceitar o “por fora”.

Irregularidade

O observador certificado do Observatório Nacional de Segurança Viária, capitão Anthony Moraes Costa, alertou sobre a irregularidade do exercício do transporte de passageiro remunerado com carro particular, sem a autorização do município.

“Se não há autorização para isso, se enquadra como transporte clandestino. O veículo pode ser apreendido e se trata de infração de natureza gravíssima”.

Cobranças adicionais pelo motorista não são permitidas

Sobre a prática da cobrança de corridas “por fora” do aplicativo, as empresas associadas à Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) esclarecem que o valor das corridas é aquele que aparece para o passageiro, no app, na contratação do serviço.

“Não são permitidas cobranças adicionais pelo motorista, assim como viagens por fora — o que seria violação do Código de Defesa do Consumidor”, afirmou em nota.

A Associação ressaltou que viagens sem o intermédio das plataformas deixam de contar com a cobertura de ferramentas e os recursos de segurança proporcionados pelas empresas.

Entre eles, as informações de cadastro, o compartilhamento dos trajetos com pessoas conhecidas e seguro em caso de acidentes.

Além disso, pode ser configurado como transporte ilegal, salientou a Amobitec. “As plataformas associadas oferecem a motoristas e passageiros instrumentos de avaliação das corridas em que o nível de satisfação com a experiência pode ser relatado, além de manter canais de suporte em que podem ser registradas eventuais ocorrências a qualquer momento”.

A partir das informações recebidas, as empresas podem adotar as medidas cabíveis.

Situação é “gravíssima”, diz associação

O presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos do Estado (Amapes), Luiz Fernando Müller, classificou a prática da cobrança “por fora” como “gravíssima”.

Ele conta que já recebeu diversos relatos desse tipo de situação, principalmente na saída do aeroporto de Vitória, de shows, assim como em viagens para Guarapari e Domingos Martins.

“Isso tem acontecido bastante. A Associação não aprova esse tipo de situação. Oferecer a corrida por fora, na verdade, consiste em um transporte clandestino de passageiros. É exercício ilegal da atividade”.

Müller destacou que forças de segurança já fizeram algumas fiscalizações voltadas para a prática, com apreensão de veículos que transitavam dessa forma.

“A partir do momento que você faz essa corrida por fora do aplicativo, você perde toda a referência do passageiro. Perde direito ao Seguro APP para acidentes pessoais de passageiros, além de não ter segurança de quem é a pessoa que está fazendo o transporte. É uma situação gravíssima”, salientou Müller.

Ele revelou, ainda, que quando esses motoristas são identificados, as plataformas fazem a exclusão deles dos aplicativos.

ALGUNS CASOS

Valor maior

Um jovem de 26 anos relatou que, na saída de shows, é comum encontrar vários motoristas parados na porta, sem que ninguém aceite a corrida pela plataforma. “Eles cobram mais caro na volta de baladas e por fora, alegando que pegam trânsito e que não vale a pena. Em Guarapari, uma moto por aplicativo chegou a cobrar R$ 100 de Meaípe até Anchieta”.

Muitos gastos

Um vendedor de 40 anos contou que, após entrar em um carro de aplicativo e colocar o cinto, o motorista pediu se poderia pagar a corrida no Pix ou em dinheiro.

“Ele alegou que a plataforma pagava mal, que ele tinha muitos gastos e que, pagando no Pix ou em dinheiro, o valor iria 100% para ele. Para isso, ele iria cancelar a corrida e eu o pagaria de forma particular. Me senti coagido, porque ele me buscou na minha casa e me levaria até meu trabalho. Decidi acatar e a corrida foi cancelada”.

Alta velocidade

Uma psicóloga de 42 anos revelou que, ao chegar de um viagem no aeroporto de Vitória, acabou aceitando a corrida “por fora” do aplicativo de um motorista que estava no local.

“Eram 23h. Eu, meu marido e meu filho estávamos cansados e não conseguimos pela plataforma. O motorista fez o trajeto em alta velocidade. A experiência foi horrível e não aceitamos mais”.

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