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Economia

Americanos planejam se mudar para o Espírito Santo após tarifaço de Trump

Medo da recessão leva famílias americanas a considerarem sair dos EUA. Economista que chegou recentemente do país revelou os casos


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Imagem ilustrativa da imagem Americanos planejam se mudar para o Espírito Santo após tarifaço de Trump
Instabilidades nos EUA: tarifaço de Trump provoca incerteza entre americanos e levam a considerarem o Brasil como novo lar. Entre os destinos, a cidade capixaba está na lista. |  Foto: Reprodução/Canva

As incertezas diante do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o medo de recessão econômica têm levado americanos - inclusive eleitores do republicano - a planejarem mudanças para o Brasil e um dos destinos é o Espírito Santo.

Imagem ilustrativa da imagem Americanos planejam se mudar para o Espírito Santo após tarifaço de Trump
José Márcio de Barros contou que até eleitores do presidente americano estão com receio do tarifaço nos EUA. |  Foto: Fábio Nunes/AT

José Márcio Soares de Barros, que é economista e consultor de investimentos, que mora no Estado, chegou recentemente de uma viagem aos Estados Unidos e ouviu relatos de amigos americanos que têm essa intenção.

Nos exemplos, um casal de aposentados: um americano que é casado com uma capixaba que nasceu em Colatina. Os dois moram em Miami, na Flórida.

“Ele é um ex-banqueiro aposentado que casou-se com a prima da minha esposa. Atualmente eles passam metade do ano no Brasil e a outra metade nos Estados Unidos. O casal tem um sítio em Alto Caxixe, em Venda Nova do Imigrante. Ele tem conhecimento aprofundado sobre o Brasil, especialmente no período da ditadura e está preocupado com o atual cenário político nos EUA”.

José Márcio revelou ainda que um professor universitário aposentado, que é americano e viúvo, também está considerando mudar para o Espírito Santo.

“Esse professor também falou que tem vontade de vir para o Brasil. Ele tem o hábito de nos visitar a cada dois anos e, quando vem para o Estado, fica hospedado na minha casa. Ele tem falado que diante de incertezas políticas e econômicas nos EUA, está pensando em vir morar em terras capixabas, cujo local ainda não foi escolhido”.

Sobre a decisão, José Márcio considera assertiva para o perfil deles, sobretudo para o casal que tem um sítio na região serrana.

“Eles estão indo para as montanhas. As terras que eles têm lá permitem uma qualidade de vida muito maior e outra: o rendimento deles está em dólar e você multiplica por seis para ter um custo operacional baixíssimo. Lá, eles também têm um custo de saúde muito elevado”.

Para José Márcio há risco de recessão. “O J.P. Morgan passou a ver a chance de uma recessão global e nos Estados Unidos em 60%, à medida que instituições financeiras se esforçam para revisar seus modelos de previsão, bem como as tensões comerciais ameaçam minar a confiança de empresários e desacelerar o crescimento”.

Nobel diz que Trump está blefando

Famoso por ser um dos últimos a prever a crise global de 2008, o economista Nouriel Roubini acredita que o presidente americano, Donald Trump está blefando.

Em um encontro de economistas e líderes empresariais em Cernobbio, na Itália, ontem, Roubini afirmou que o “cenário base” é que Trump acabará recuando e reduzindo suas tarifas pela metade, deixando os Estados Unidos com um crescimento econômico entre 1% e 1,5% neste ano.

Nesse caso, o Federal Reserve (banco central dos EUA) manteria as taxas de juros inalteradas.

Para Roubini, que trabalhou como economista na Casa Branca durante o governo Clinton, se Trump for racional, ele vai reduzir o esforço.

“Ele está dizendo que, a menos que alguém lhe faça uma oferta fenomenal, ele não recuará, mas precisa dizer isso, porque, se admite que vai negociar e reduzir as contribuições, perde sua vantagem”, acrescentou.

Já Trump mandou um recado ontem na sua plataforma Truth Social. “Aos muitos investidores vindo aos Estados Unidos e investindo enormes quantidades de dinheiro, minhas políticas nunca vão mudar. Esse é um ótimo momento para ficar rico, mais rico do que nunca antes!!!”, publicou.

As afirmações do presidente acontecem em um momento em que os mercados financeiros globais registram quedas fortes e generalizadas, com investidores reagindo ao tarifaço e à retaliação anunciada pela China.

Especialistas veem risco de crise global na economia

As medidas anunciadas por pelo governo americano trazem risco de crise global na economia, segundo preveem especialistas ouvidos pela reportagem.

Para Erika Almeida, membro do Comitê de Conteúdo Qualificado de Economia do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (Ibef-ES), o mundo vive um momento de ruptura.

“A lógica da cooperação internacional está sendo substituída por uma onda de protecionismo, com tarifas e restrições comerciais ganhando força. Países buscam proteger suas economias, mas o efeito colateral é o aumento da tensão global. Antigas alianças se desgastam, acordos são rompidos e a confiança entre nações se desfaz”.

Segundo ela, o cenário é de incerteza, mas a inflação persistente, juros elevados, risco de recessão e tensão geopolítica crescente são prováveis.

Bruno Maciel Santos, doutor em Relações Internacionais pela PUC-MG e professor de Análise de Política Externa do curso de Relações Internacionais da UVV, disse que as tarifas comerciais podem ser o prenúncio de uma crise econômica e política mundial.

“Com a elevação das tarifas por parte dos EUA, e diante da retaliação que elas provocaram e ainda irão provocar, tendem a provocar uma desaceleração da economia global como um todo”.

Para ele, essas tarifas podem provocar grandes alterações e desaceleração dos fluxos de cadeias globais de valor, encarecendo os custos de produção de grandes empresas, levando a aumento de preços e redução de lucros corporativos.

José Carlos Buffon Júnior, coordenador do Comitê Qualificado de Conteúdo do Ibef-ES, diz que é preciso ficar atento para mitigar os impactos. “Isso é possível através de cobrança de uma atuação diplomática mais eficaz pelo governo brasileiro e na busca pela melhoria no ambiente de negócios objetivando a redução de nossos custos e, assim, torná-los mais competitivos no mercado externo”.

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