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Legado de Tiradentes

Confira a coluna de segunda-feira (21)

Padre Ernesto Ascione | 22/04/2025, 15:02 h | Atualizado em 22/04/2025, 15:02

Imagem ilustrativa da imagem Legado de Tiradentes
Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano

O martírio de Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por “Tiradentes”, recorre, neste dia, 21 de abril e nos oferece a oportunidade para fazer uma reflexão sobre os fundamentos do “Estado Democrático”, que nos rege.

“Democracia” (do greco “demokratia”, poder do povo) designa um povo soberano, na sua organização sociopolítica. Sonhada na Antiguidade por Platão, Sócrates e Aristóteles no mundo greco, e por Cícero no mundo romano, se opõe ao governo de um só (ditadura) ou restrito a uma elite social (aristocracia). “Quod omnes similiter tangit – diz Santo Tomás de Aquino – ab omnibus approbetur” (o que é de todos deve ser aprovado por todos).

O conceito de democracia germinou com a “Reforma Protestante”, que afirmava: ”Os que acreditam em Cristo são sacerdotes”. Neste princípio estavam em germe os valores de “igualdade, liberdade e fraternidade”, que, explodiram na Revolução Francesa (1789): início das democracias modernas. A Doutrina Social da Igreja e o Concílio Vaticano II, na “Gaudium et Spes”, afirmam: “É direito e dever dos cidadãos participarem, consciente e ativamente, da vida pública de seu país e contribuir em promover o bem comum, o único, que fundamenta a dignidade de cada pessoa e uma sociedade, justa e fraterna”.

“Todo ser humano, reza a Constituição, é portador de uma dignidade inviolável e sujeito de direitos e deveres, que o dignificam em sua relação com Deus, com os outros e com a natureza”. O nosso sistema democrático, atualmente, sofre de ameaças – pedidos de fechamento do Congresso, intimidações aos membros do Supremo Tribunal Federal (STF), contestação da própria Constituição, e a legitimação da desordem social. Penas severas, como a prisão perpétua, são reservadas para quem busca destruir o nosso sistema democrático.

Tiradentes, hoje, vivo, iria – certamente – convocar as forças mais vivas da nossa sociedade – sindicatos, partidos políticos, movimentos populares, coletivos de jovens, ONGs, comunidades religiosas – para uma grande manifestação, em prol da vida democrática em nosso País, pois somente ela tem o poder de vencer os problemas endêmicos, que assolam, desde sempre, o nosso povo: desigualdade social, dívida pública, latifúndio, alfabetização, segurança pública, saúde e inteiras categorias sociais, marginalizadas. “É óbvio que as instituições democráticas – afirma Papa Francisco – são, atualmente, as melhores possíveis, na promoção da justiça, da solidariedade e da paz”.

O nosso herói, Tiradentes, morreu, mas seu legado permanece vivo ainda hoje: “Um país – ele afirmava – não existe como nação, se não for democrático, livre e solidário”. Os que amam o Estado Democrático defendem a Constituição de 1988 e seus grandes valores, e repudiam todo tipo de governo antidemocrático, de direita ou de esquerda.

Líder da Inconfidência Mineira, Tiradentes lutou contra o escravagismo da Coroa portuguesa. Por abraçar esse nobre ideal, de liberdade e humanidade, foi condenado à morte, por enforcamento. A sua morte ocorreu em 21 abril de 1792, dia declarado “festa nacional”.

O amor à Pátria é entre os maiores e mais nobres amores do coração humano. É próprio da vocação cristã praticar um patriotismo universal: nosso amor não apenas vai para a nossa Pátria, mas, se estende aos povos latino-americanos e do mundo inteiro.

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