O Japão tem muito a ensinar na superação de crises

| 20/06/2020, 08:10 08:10 h | Atualizado em 20/06/2020, 08:58

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-05/372x236/tiago-hasselmann-14aee67e2a8d4fb3d3f4eb5c525188e1/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-05%2Ftiago-hasselmann-14aee67e2a8d4fb3d3f4eb5c525188e1.jpeg%3Fxid%3D128011&xid=128011 600w, Tiago Hasselmann
Por que o Japão tem tanto a nos inspirar? Como o país oriental consegue superar tão facilmente situações que, em tantos países, tornam-se grandes problemas? Por que o Japão passou tão rapidamente de um país quebrado no pós-guerra a uma potência da economia mundial?

A Arte Samurai tem a resposta para essas perguntas. O Japão possui uma cultura incomparável, baseada em princípios ensinados há séculos por grandes guerreiros.

O Bushidô, traduzido como “caminho do guerreiro”, é o código de conduta dos samurais e baseia-se em valores como honestidade, simplicidade, coragem, compaixão, respeito, cortesia, lealdade e honra. Isso porque eles sempre entenderam que era preciso, mais do que treinar o corpo, preparar a mente.

Segundo os guerreiros, não exercer tais virtudes refletia na queda do desempenho. O mental travava o físico.

Dentre os livros mais vendidos no mundo estão obras relacionadas aos samurais, como “A arte da guerra” e ”O livro dos cinco anéis”.

Altos executivos das maiores empresas do mundo admitiram tê-los como referência, reconhecendo o poder da Arte Samurai. O sucesso deles será mera coincidência?

O ator australiano Liam Hemsworth buscou treinamento em artes marciais para melhorar a performance nos filmes e declarou que foi uma das experiências mais profundas que já viveu, pois permitiu a ele, além dos benefícios físicos, descobrir instintos naturais e aguçar o espírito.

A Arte Samurai é a arte de servir. Os samurais serviam aos senhores feudais. Aplicando isso ao mundo empresarial, teríamos empresas prontas para servir a seus clientes e entregar a eles os melhores produtos e serviços. No mundo das pessoas, teríamos gente sempre disposta a servir ao próximo. Existe jeito de isso dar errado? Se houver honestidade, sinceridade, lealdade e boa-fé de ambas as partes, não.

No Japão, o sistema jurídico não é complexo como no Brasil. Eles não têm disputas intermináveis, de uma parte querendo levar vantagem sobre a outra. Simplesmente porque lá as coisas funcionam na base da cultura, o certo é o certo. Lá não é preciso dizer “dou minha palavra”, simplesmente porque cumprir o que você diz é algo óbvio.

Pelo código de ética dos samurais, devemos ter coragem para enfrentar a vida e fazer o bem ao próximo. Entende-se que o homem é respeitado pela forma como trata as pessoas e que mentir é um ato de covardia.

O treinamento exaustivo e contínuo gera a autoconfiança e o entendimento de que a força não deve ser usada para o mal. A necessidade de provar superioridade confunde-se com insegurança. Cada um é seu próprio juiz, e não adianta esconder nada dos outros, se não é possível esconder de si mesmo. É preciso viver com simplicidade, não por falta de opção, mas por escolha.

São valores antigos, que por séculos regeram os samurais e ainda hoje prevalecem no Japão. Valores capazes de mudar a humanidade e a sociedade. Se, por uma mistura de culturas, fossem espalhados pelo mundo, veríamos uma luz no fim do túnel.

TIAGO HASSELMANN é empresário do setor de tecnologia e inovação.

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