Novos caminhos apontam para a esperança no combate ao câncer
É grande a expectativa por novas soluções que levem a respostas e a resultados que ainda não temos
Paralelamente aos esforços dedicados a tratar diversos tipos de tumores malignos com os recursos e as tecnologias disponíveis hoje, a medicina e a ciência investem em conhecimentos para desenvolver pesquisas que levem a um avanço nas terapias e, consequentemente, a melhores resultados na luta contra o câncer.
Entre os dias 2 e 6 de junho, aconteceu em Chicago (EUA) a edição de 2023 da Asco, maior congresso de Oncologia do mundo. Todos os anos, milhares de médicos de diferentes países se reúnem para conhecer os recentes avanços no diagnóstico e no tratamento do câncer.
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É grande a expectativa por novas soluções que levem a respostas e resultados que ainda não temos e, assim, fazer a diferença na vida de tantos pacientes oncológicos.
Um dos tumores malignos mais incidentes no mundo, o câncer de mama ocupou parte da programação da Asco com a apresentação de novos estudos voltados para o tratamento da doença. Uma das novidades apresentadas foi a administração do medicamento ribociclibe associado à terapia endócrina habitual, que pode reduzir em 25% a taxa de recaída dos casos de câncer de mama inicial.
Para pacientes com câncer de mama em estágio inicial HR-positivo e HER2-negativo, a adição desse medicamento à terapia hormonal pode ajudar a reduzir o risco de recorrência da doença. E quando administrado em dose mais baixa, ainda pode contribuir para diminuir os efeitos colaterais sem afetar a eficácia da droga.
Um outro estudo, apresentado por cientistas do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, mostrou que pacientes com câncer de reto localmente avançado podem ser tratados sem radioterapia, desde que a quimioterapia seja intensificada.
Embora a radioterapia continue sendo uma opção terapêutica importante, a possibilidade do tratamento apresentar resultado só com a quimioterapia ajuda, principalmente, a proteger os pacientes dos efeitos colaterais da radiação, como inflamações do reto e da bexiga, que causam muito desconforto aos pacientes, chamada retite ou cistite actínica, irritações na pele e até infertilidade, especialmente em mulheres.
Vale lembrar que tumores originados no reto representam cerca de um terço de todos os casos de câncer colorretal, que afeta o trecho final do aparelho digestivo.
O câncer de pulmão, uma das neoplasias mais agressivas, também ganhou destaque. Pesquisadores revelaram que um medicamento chamado osimertinibe, que já é utilizado em alguns casos de neoplasia maligna pulmonar, é capaz de ampliar a sobrevida de pacientes que foram submetidos à retirada do tumor. Esse fármaco já é aprovado pela Anvisa para uso no Brasil.
Apesar da gama de novidades, ainda há muitos questionamentos, desafios e muitas perguntas sem respostas, mas caminhamos em busca de soluções aliadas da vida, que podem mudar a história de tantos pacientes oncológicos, seja para eliminar a doença, seja para desfrutar da longevidade que tanto sonham e lutam, com doses diárias de esperança.
Virgínia Altoé Sessa é médica oncologista
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