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Leitores do Jornal A Tribuna

Cirurgia plástica e o lado social

Confira a coluna

Ariosto Santos | 09/12/2024, 13:52 h | Atualizado em 09/12/2024, 13:52

Imagem ilustrativa da imagem Cirurgia plástica e o lado social
Ariosto Santos é cirurgião plástico |  Foto: - Divulgação

A cirurgia plástica reparadora é uma área que tem ganhado destaque no Brasil e no mundo, sendo essencial para restaurar não apenas a forma, mas também a funcionalidade de áreas do corpo que foram afetadas por doenças, acidentes ou deformidades congênitas.

O aumento da demanda por esse tipo de procedimento reflete uma maior conscientização sobre o valor da cirurgia reparadora, que oferece a pacientes a oportunidade de retomarem a vida com mais confiança e conforto.

A cirurgia plástica tem origens muito antigas, remontando a cerca de 2.500 a.C., quando médicos na Índia antiga começaram a desenvolver técnicas de reconstrução facial. Um dos primeiros registros conhecidos é atribuído ao médico indiano Sushruta, que descreveu um procedimento de reconstrução nasal em um texto médico chamado “Sushruta Samhita”.

Nessa época, as punições que envolviam a remoção do nariz eram comuns, e as pessoas buscavam a restauração da aparência e da dignidade por meio de cirurgias, utilizando técnicas rudimentares de enxertos de pele.

A cirurgia plástica moderna, no entanto, começou a tomar forma durante as guerras mundiais. Com número crescente de soldados gravemente feridos em combate, especialmente durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), houve necessidade urgente de desenvolver métodos para reconstruir faces e membros danificados. Nessa época, médicos se destacaram ao introduzir técnicas pioneiras de cirurgia reconstrutiva para soldados feridos, como enxertos de pele e a criação de novos métodos de recuperação para ferimentos complexos.

Com o passar dos anos, a cirurgia plástica evoluiu de um recurso de emergência em tempos de guerra para uma especialidade médica respeitada e essencial em tempos de paz. A capacidade de restaurar estruturas corporais lesionadas tem se mostrado fundamental para pacientes de todas as idades, que buscam reconstrução após acidentes, queimaduras, câncer e outras condições médicas. Além disso, a evolução das técnicas cirúrgicas, aliada ao desenvolvimento de novos materiais e à precisão das ferramentas médicas, permitiu que os resultados alcançados pela cirurgia reparadora fossem cada vez mais eficazes e naturais.

É essencial abordar o destaque social da cirurgia plástica reparadora. Esse procedimento oferece uma nova chance para aqueles que enfrentaram doenças ou traumas, permitindo-lhes reintegrar-se à vida cotidiana com mais facilidade. Além de ajudar na reintegração social, a cirurgia plástica reconstrutiva permite a recuperação da autoestima, algo que é essencial para a saúde mental e emocional dos pacientes.

Em um mundo onde a estética é, muitas vezes, associada ao luxo e ao superficial, é fundamental lembrar que a cirurgia plástica tem raízes na compaixão e na necessidade humana. Ao restaurar a forma e a função, ela traz esperança, dignidade e conforto para aqueles que enfrentam as dificuldades do corpo e da vida.

Como cirurgião plástico, considero um privilégio poder contribuir com esse processo, que é, em essência, uma jornada de reconstrução e acolhimento. Aproveito para parabenizar todos os cirurgiões plásticos que atuam de forma ética e humana no seu dia a dia neste dia 7 de dezembro, em que é celebrado o Dia do Cirurgião Plástico.

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