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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Acessibilidade e os desafios da engenharia e do poder público

Confira a coluna de sábado (29)

Filipe Machado | 31/03/2025, 13:57 h | Atualizado em 31/03/2025, 13:57

Imagem ilustrativa da imagem Acessibilidade e os desafios da engenharia e do poder público
Filipe Machado é engenheiro ambiental e diretor geral da Mútua-ES

Acessibilidade é um tema urgente, muito mais do que uma questão técnica, trata-se de um compromisso com respeito à dignidade e à inclusão das pessoas. Quando pensamos em acessibilidade, é comum associá-la apenas às pessoas com deficiência, mas é preciso ampliar essa visão para incluir idosos, crianças e todas as pessoas com mobilidade reduzida ou necessidades especiais temporárias.

Entre 2003 e 2023, a população idosa no Brasil quase dobrou, subindo de 8,7% para 15,6%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além disso, o País possui atualmente mais de 18,6 milhões de pessoas com deficiência. Esses dados evidenciam que acessibilidade não é apenas um dever social, mas uma necessidade urgente e crescente.

O Brasil possui normas claras que as edificações devem seguir para garantir a acessibilidade, que abrange desde a construção de calçadas até detalhes dos ambientes internos dos edifícios. No entanto, a realidade está longe do ideal, especialmente nas edificações antigas e calçadas das nossas cidades, que representam um desafio e perigo aos cidadãos de nossas cidades.

Milhares de prédios em todo o País não oferecem sequer calçadas acessíveis, criando verdadeiros obstáculos à mobilidade urbana. Esta situação é agravada quando consideramos que, enquanto novas construções são obrigadas a seguir os padrões de acessibilidade desde o projeto, edifícios antigos permanecem negligenciados.

Neste cenário, o papel do engenheiro é decisivo. Cabe a esses profissionais não só atualizar projetos antigos para torná-los acessíveis, mas também assegurar que as obras necessárias sejam executadas corretamente. O engenheiro é, portanto, um agente fundamental na transformação de cidades mais inclusivas e seguras.

É importante ressaltar os esforços de construtoras que já entenderam essa responsabilidade e estão implementando soluções de acessibilidade em seus novos empreendimentos. Essas iniciativas merecem reconhecimento, pois demonstram compromisso com a inclusão e responsabilidade social.

Contudo, a atuação isolada de construtoras e engenheiros não é suficiente. É essencial que o poder público amplie e fortaleça políticas públicas que incentivem, fiscalizem e até viabilizem a adaptação dos prédios já existentes. Sem isso, milhares de imóveis vão continuar inacessíveis, isolando socialmente pessoas que precisam de acessibilidade.

É preciso conscientizar também sobre a importância das calçadas acessíveis, rampas e elevadores adaptados, além de sinalização adequada para diferentes condições sensoriais. Tais mudanças beneficiam não apenas idosos e pessoas com deficiência, mas crianças e famílias, promovendo qualidade de vida em nossas cidades.

Garantir acessibilidade é investir em uma sociedade mais justa, inclusiva e humana. Esse é um desafio urgente que requer cooperação entre profissionais da engenharia, construtoras, proprietários de imóveis e o poder público. A hora de agir é agora.

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