O comportamento agressivo
Coluna publicada na edição deste sábado, do jornal A Tribuna
A agressividade faz parte do comportamento humano na manifestação de suas ideias, interesses e defesa do seu território. Contudo, existem situações em que a pessoa pode exagerar e passar dos limites aceitos socialmente.
Então, nos casos extremos, precisa-se criar e acionar mecanismos de contenção do indivíduo agressor.
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Desde pequenos nas relações com os colegas, as crianças vão incorporando essas regras de condutas sociais.
Quando uma situação extrapola os limites esperados, os pais, professores e cuidadores devem entrar em ação para conter os ataques praticados por aquela criança ou adolescente.
Uma pessoa de comportamento agressivo é reativa a tudo e se deixa influenciar negativamente pelos fatos e situações do seu dia a dia.
Alguém assim pode se achar no direito de invadir o espaço do outro e se tornar uma espécie de juiz que sai julgando e punindo os outros conforme suas crenças e valores de vida.
Um dos desafios das relações grupais é saber respeitar os limites do bom convívio. Há situações em que o agressor não pensa no dano que poderá causar ao outro.
De alguma forma o que ele tem em mente é que precisa fazer justiça com suas próprias mãos e a partir de suas experiências de vida. Nesses casos, há uma total desvalorização do outro, seja esposa, filhos, amigos, funcionários, etc.
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As regras sociais e familiares servem para colocar um freio nos exageros que possam ser cometidos. Contudo, há situações familiares ou na sociedade em que há uma permissão à pratica de comportamentos agressivos.
Há pais que ensinam os filhos para se dar bem na vida sem pensar se está lesando o outro ou não. Esse tipo de pessoa quando cresce poderá se tornar um mau profissional, um político ruim e uma pessoa completamente egoísta.
Quando as regras são frouxas e há algum tipo de autorização a um comportamento abusivo, a criminalidade e o numero de ataques tendem a aumentar. Quando se cria uma mentalidade de defender seu patrimônio e seus bens com armas e leis frágeis, a criminalidade tende a aumentar.
A base do comportamento agressivo está no egoísmo e no preconceito, onde se pensa demasiadamente em si próprio.
A violência e o preconceito são males que podem estar em indivíduos com boa formação acadêmica e até que frequentam instituições religiosas regularmente, pois a agressividade baseada no preconceito se apoia no desejo da manutenção de sua superioridade ou de um grupo do qual pertence, que incapacita a pessoa de pensar de forma social e coletiva.
Quem agride e viola faz isso em “defesa” de crenças pessoais, sem dar espaço para outras existências além dela própria, perturbando e ferindo outras pessoas, se tornando extremamente arrogante e sufocante.
Para a solução imediata disso precisam-se ter regras de comportamento social bem estabelecidas para impedir delitos e conter aqueles que cometerem crimes.
A outra solução, ao longo do tempo, será feita por uma educação familiar e escolar em que se considere o respeito e a liberdade a todos, baseado no amor ao próximo e ao bom convívio.
Cláudio Miranda é terapeuta individual e familiar, psicopedagogo clínico, pós-graduado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
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