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Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Olhares Cotidianos, por Sátina Pimenta

Colunista

Psicóloga clínica, advogada e professora universitária

Legado do papa Francisco

Confira a coluna desta quinta-feira (24)

Sátina Pimenta, colunista A Tribuna | 24/04/2025, 13:05 h | Atualizado em 24/04/2025, 13:05

Imagem ilustrativa da imagem Legado do papa Francisco
Sátina Pimenta é psicóloga clínica, advogada e professora universitária |  Foto: Divulgação

Sim, nós vamos falar do papa Chico. Papa Francisco, para mim, foi um dos Papas que mais admirei nesses meus 43 anos de vida. E olha que vivi e conheci o papado de João Paulo II – inclusive, me recordo da comoção que sua presença causou a todos quando veio ao Espírito Santo.

Mas Francisco… Francisco me tocou de um jeito diferente. Eu torci como se fosse dia de jogo de olimpíadas na data da escolha do novo Papa.

Pode ser, talvez, porque, como João Paulo, ele carregava algo que se tornou raro no mundo: um olhar verdadeiramente humano. Não apenas um olhar para o ser humano, mas a partir dele – suas dores, suas buscas, suas contradições, sua dignidade.

Eles não precisavam dizer o tempo todo que estavam ali por amor. Eles demonstravam – ao não julgar, ao não excluir, ao abrir espaço para quem a religião, muitas vezes, insiste em deixar de fora.

Era um jeito de enxergar a fé não como limite, mas como possibilidade. Não como regra, mas como caminho.

Quando pensamos em doutrina, no campo jurídico ou religioso, pensamos em verdades fixas. Aquilo que deve ser seguido para se estar “certo”. Mas toda doutrina, quando se fecha sobre si, deixa pouco espaço para o encontro com o outro.

E é aí que esses dois Papas se destacaram.

Eles mostraram que é possível sustentar uma tradição sem perder a ternura. É possível ser firme sem ser rígido. É possível guiar sem excluir.

João Paulo II e Francisco resgataram o que há de mais essencial: o valor do sujeito.

Do corpo que sofre, da alma que busca, da vida que pulsa mesmo quando tropeça. Eles olhavam para as pessoas. Todas.

Sem distinção de origem, de condição, de afeto, de fé. E ao fazerem isso, nos ensinaram que acolher é uma escolha. Uma postura. Uma missão.

Não se tratava apenas de amar. Tratava-se de respeitar para ensinar. De oferecer com escuta e entrega. De receber com abertura e humildade.

E talvez seja isso que esteja faltando no mundo: menos palavras sobre o certo e o errado, e mais disposição para estar com o outro – no que ele é, no que ele sente, no que ele precisa.

Papa Francisco esperou a Páscoa para partir. E isso diz muito. Porque a Páscoa fala de renascimento.

De passagem. De deixar um ensinamento como quem sussurra: não se esqueça do que é essencial.

E então… se despediu. Como quem termina o caminho dizendo, de novo e silenciosamente: “Veja o humano. Comece por ele. E nunca o perca de vista.”

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