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Olhares Cotidianos

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Colunista

Mulheres e a dor da comparação

Confira a coluna desta quinta-feira (13)

Sátina Pimenta | 13/02/2025, 14:30 h | Atualizado em 13/02/2025, 14:30

Imagem ilustrativa da imagem Mulheres e a dor da comparação
Sátina Pimenta é psicóloga clínica, advogada e professora universitária |  Foto: - Divulgação

Por que, afinal, somos bombardeadas com padrões que nos dizem o que é ser bonita, desejável ou aceitável? O que é “belo” e por que precisamos nos encaixar nisso? A beleza parece uma ditadura, uma construção que aprisiona, e muitas mulheres carregam essa dor em silêncio.

No consultório, vejo isso com frequência. Mulheres incríveis chegam reclamando dos corpos, cabelos, rostos… Tudo o que as tornam únicas! Mas o problema? A comparação. Sempre com “alguém” que aparece nas redes sociais. Esse “alguém” está longe, inalcançável – seja pela distância, pela realidade de vida, ou pelo filtro da perfeição virtual.

Então, pergunto: você tem a mesma vida que ela? O mesmo dinheiro, tempo ou apoio? A mesma história? Quase sempre a resposta é “não”. E se não temos as mesmas condições, por que nos comparamos? É como tentar comparar números diferentes e forçá-los a serem iguais. Só que, ao contrário da matemática, a vida não tem “sinal de igual”.

A psicóloga norte-americana Brené Brown, que estuda vulnerabilidade e autoestima, já discutiu os perigos da comparação. Para ela, a comparação é “o ladrão da alegria” – nos tira do presente e nos faz buscar uma perfeição impossível, criada por uma sociedade que sempre muda suas regras. E é verdade: os padrões de beleza são históricos e mutáveis. Já foi bonito ser gordinha, depois magra. Pele clara, depois bronzeada. Tudo vai e volta – o que mostra que a “beleza ideal” não existe.

E será que existe mesmo alguém feio? O conceito de “feio” é uma construção social, moldada por padrões culturais e históricos que estão sempre mudando. Além disso, o que uma pessoa acha atraente pode ser indiferente para outra – a beleza é subjetiva.

Mas essa busca por ideais utópicos machuca. Então, aqui vão quatro reflexões para ajudar:

1. Você é única. Não existe ninguém como você – nunca houve e nunca haverá. Isso é um privilégio enorme.

2. Redes sociais são mentira. Se rolar o feed só te faz sentir mal, saia. Aquilo é um teatro – a vida real nunca é o que aparece ali.

3. O que importa é o que vem de dentro. O externo é temporário. Todos vamos envelhecer e morrer. Mas o que você faz no mundo, suas histórias e o impacto que deixa – isso é o que te define.

4. Está na hora de mudar a pergunta. Em vez de se perguntar “o que falta em mim para ser como ela?”, vire a chave e questione: “o que eu posso valorizar em mim mesma hoje, exatamente como sou?”.

E, mais importante, somos muito mais do que aquilo que se vê no espelho. Reduzir alguém à aparência é ignorar sua história, suas vivências e o impacto que ela causa no mundo. Se cada ser humano é único, como poderia existir o feio? Afinal, o que torna uma pessoa realmente bonita está além da superfície.

Comparar-se é natural, mas não precisa ser uma sentença de dor. Aprender a viver com sua própria singularidade é o melhor presente que você pode se dar. Afinal, não há nada mais bonito do que ser quem você é.

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