O mando controverso
Confira a coluna desta sexta-feira (31)
A questão do mando de campo invertido do Estadual do Rio, algo inaugurado pelo Flamengo há alguns anos por conta de seu faturamento com bilheteira dos jogos no Maracanã, salvou os chamados pequenos clubes do prejuízo financeiro nas primeiras cinco rodadas. A escalação de times alternativos dos quatro grandes diminuiu o interesse e, não fossem a venda do mando para confrontos fora do Rio de Janeiro ou até mesmo a inversão em troca da divisão do lucro da bilheteria, os oito coadjuvantes do Cariocão estariam em realidade ainda mais amarga.
Isso ajuda a explicar porque o caçula Maricá, até então líder da competição, aceitou enfrentar o Vasco em São Januário, na noite de quarta-feira, sendo dele o mando de campo do confronto.
O público de 15.562 pagantes gerou renda de quase R$ 665 mil e, deduzidas as despesas, sobrou para cada clube R$ 78,7 mil. Foi a primeira partida em que o clube da Região dos Lagos levou um dinheiro para casa.
Prejuízo
Isso, depois de amargar prejuízo em torno de R$ 20 mil em cada um de seus três jogos como mandante no seu Estádio João Saldanha.
Como os jogos contra Botafogo e Fluminense foram na condição de visitante, o estreante na divisão principal do Cariocão não levou nada da bilheteria. Mesmo assim, venceu o Botafogo na primeira rodada (1 a 2), no Nílton Santos, e empatou (1 a 1), em Moça Bonita, com o Fluminense.
Perdeu para o Vasco em São Januário, deixando escapar o primeiro e o segundo lugares, mas pôs uns trocados no bolso. Um expediente que evita o prejuízo, mas afeta o equilíbrio do campeonato. Lembrando que os oito pequenos dividem a cota de televisão que este ano gira em torno dos R$ 3 milhões.
Dos oito, o mais bem resolvido é mesmo o Volta Redonda, não por acaso o líder do Estadual, Líder com 12 pontos ganhos em seis jogos.
O representante do futebol carioca na Série B de 2025, adversário do vice-líder Vasco no confronto de amanhã, no Kleber Andrade, em Cariacica, não abre mão de mandar os seus jogos no Raulino de Oliveira.
Quer dizer: até aceita vender o mando para outra cidade, como aconteceu na partida contra o Flamengo, na quinta rodada, disputada no Mané Garrincha, em Brasília. Mas cobrou R$ 750 mil, dinheiro que não faria jogando em seu estádio.
Deu, ao menos, para pagar uma folha e meia do departamento de futebol - hoje em torno de R$ 500 mil, mensais.