PSB questiona não classificar Hamas como grupo terrorista
Coluna foi publicada no sábado (14)
A explicação formal do Itamaraty sobre o motivo de não classificar o Hamas como grupo terrorista não foi suficiente para desfazer o mal-estar que o tema provoca nos dois principais partidos do governo Lula. O assunto divide o PT do presidente e o PSB do vice Geraldo Alckmin.
O incômodo foi verbalizado pelo presidente do PSB, Carlos Siqueira, que elevou o tom e cobrou publicamente o governo: “Não consigo, sinceramente, entender o fato de o nosso governo não classificar o Hamas como grupo terrorista. Que outra atrocidade ele precisaria praticar para receber esse carimbo?”, indagou. Tamanha a cobrança que tem recebido, o Ministério das Relações Exteriores reforçou em nota que segue a classificação do Conselho de Segurança da ONU.
CAUTELA. Alckmin mantém distância da polêmica. No primeiro dia dos ataques, repudiou os atos e defendeu a retomada das conversas pela paz. Depois não falou publicamente sobre o tema. Ele também não deverá interferir no posicionamento de Carlos Siqueira, apostam os que são mais próximos do vice-presidente.
PRUDÊNCIA. O presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior, Rubens Barbosa, considera importante o Brasil seguir a classificação da ONU. “Se deixar na mão de cada país decidir, a discussão fica subjetiva e há risco de chamarem de terrorista qualquer opositor”, avaliou. Barbosa foi embaixador do Brasil em Londres e Washington.
EXTENSÃO. O Brasil segue o Conselho de Segurança da ONU em outros temas, por exemplo para impor sanções. Mas não há impedimento para o País mudar a classificação.
DE OLHO. A oposição na Câmara fez um levantamento para identificar parlamentares infiéis que têm votado com o governo Lula. A ideia é isolá-los.
CASTIGO. Líderes ouvidos pela Coluna defendem a expulsão do grupo de WhatsApp de quem votou mais de 50% com o governo.
QUEM SÃO. Deputados do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro aparecem na lista dos que mais votaram com o Planalto. Segundo levantamento obtido pela Coluna, Tiririca votou 87% com o governo Lula e a deputada Detinha, 77,3%.
PARCERIA. A Fiesp vai unir, nesta segunda, o governador Tarcísio de Freitas (SP) e o ministro Desenvolvimento Social, Wellington Dias, no lançamento do Programa Alimentar o Futuro. A iniciativa é voltada à segurança alimentar de crianças de zero a 10 anos.
SINDICATO. A bancada da bala articula na Comissão de Segurança Pública da Câmara a aprovação de projetos que beneficiam policiais, bombeiros, agentes penitenciários e guardas municipais, para além das atividades que desenvolvem. Entre os parlamentares, a atuação do grupo é comparada a um movimento sindical.
TEMAS. As propostas vão de cotas em universidades e institutos federais a meia-entrada em eventos culturais e esportivos. Outra pauta altera as regras do Programa Habite Seguro para facilitar o acesso dos profissionais da segurança pública à casa própria.

Para ler, ouvir e pensar
Livro: A revolução das plantas, Stefano Mancuso
Filme: O piano, Jane Campion
Música: Águas de março, Tom Jobim e Elis Regina