Novo dicionário de amor nas redes
Com a pandemia, a procura por amor/parceiros/alma gêmea na internet cresceu muito e, com ela, alguns termos tinderês-português se incorporaram às nossas vidas com expressões bastante desagradáveis – pois refletem algumas das novas atitudes dos aplicativos de paquera – mas também dos relacionamentos amorosos em geral.
Minha amiga Lia Ameni, jovem jornalista, explicou aqui o significado de várias delas e, com todo respeito aos sites de relacionamento, custa crer que há quem continue sua busca por alguém em um ambiente assim. Vejam:
Zumping: junta as palavras “zoom” com “dumping” (que significa jogar algo ou alguém no lixo). Romper o namoro por vídeo chamada.
Whelming: basicamente é contar ao seu match como a sua vida amorosa anda agitada, fingindo saturação e irritação com a insistência dos outros pretendentes – quando o que se pretende é ganhar o interesse do outro. Será que alguém cai nessa?!
Ghosting: sumir feito um fantasma, deixar de atender telefonemas e responder a mensagens, inclusive bloquear a outra pessoa sem dar nenhuma explicação. Como se o relacionamento nunca tivesse existido! O popular “dar um ninja”... Quem disse que é fácil?!
Zombieing: a pessoa, depois de fazer ghosting, ressurge dos mortos e reaparece em nossa vida como se nada tivesse acontecido - tal qual um Zumbi!
Haunting: aconteceu muito durante o confinamento. Um(a) ex reaparece de repente após muito tempo sem manter contato. Merece sinais de alerta triplossss...
Mooning: em vez de comunicar a uma pessoa que não estamos mais interessados nela, ativamos o modo “não perturbar” para silenciar exclusivamente as notificações dessa pessoa. É ruim, mas, às vezes necessário até mesmo entre amigos! E tem pior!
Benching: é o que a gente chamava de deixar na prateleira. Deixa-se a pessoa em banho-maria, como um plano B.
Orbiting: apesar de evitar os encontros pessoalmente e deixar de responder a telefonemas e mensagens, o orbiter continua curtindo suas publicações nas redes e vendo as atualizações de status no WhatsApp, Facebook e Instagram. o famoso empata...
Breadcrumbing: literalmente significa deixar migalhas de pão, ou seja, pequenas demonstrações de atenção e conexão. Horrível!
Glamboozling: Quando marcamos com o crush virtual, mas este cancela o programa na última hora ou simplesmente não aparece.
Negging: Consiste em fingir um elogio para insultar – não é pra qualquer um que consegue e vem disfarçado. Uma das piores formas de perversidade.
Obligaswiping: pessoas criam perfis em aplicativos de paquera, mas, conscientemente ou não, não pretendem se encontrar pessoalmente com ninguém.
Admiro a coragem de quem usa esses aplicativos (pessoalmente tenho preguiça: sou da velhíssima e arcaica guarda que prefere um encontro presencial para sentir a vibe) mas é preciso entender os mecanismos e, principalmente ter cuidado usando com moderação pois, desde sempre, conversar com quem não conhecemos é sim, muito perigoso!!