Paciente vive há 33 anos em hospital de Cachoeiro

“Aparecido”, que tem cerca de 60 anos e até hoje só fala “mamã” e “papá”, nunca foi procurado por familiares

*Clóvis Rangel, do jornal A Tribuna | 15/04/2024, 18:20 18:20 h | Atualizado em 15/04/2024, 14:58

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do Centro de Atendimento Psiquiátrico Aristides Alexandre Campos, em Cachoeiro de Itapemirim

A história de vida de Clarinha, paciente misteriosa que morreu há cerca de um mês após viver 24 anos internada no Hospital da Polícia Militar do Espírito Santo (HPM-ES), não é a única no Estado.

“Aparecido Nascimento”, nome dado pela equipe médica, vive há 33 anos no Centro de Atendimento Psiquiátrico Aristides Alexandre Campos (CAPAAC), em Cachoeiro de Itapemirim, e nunca foi procurado por familiares.

No dia 4 novembro de 1991, ele foi levado ao pronto-socorro psiquiátrico por moradores do IBC, bairro vizinho da instituição, que relataram que o homem estava há dias perambulando sem rumo pelas ruas da região.

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De acordo a diretora-geral do CAPAAC, Elaine Santos, a morte de Clarinha reacendeu na equipe a esperança de encontrar algum parente ou conhecido de Aparecido.

“Acreditamos nessa rapidez da internet. Quem sabe agora não conseguimos resgatar sua origem? Apesar de ter um hospital humanizado, com toda a atenção possível, o ideal é que ele estivesse com a família, essa é a nossa vontade”.

Elaine contou também que, quando chegou, ele tinha entre 28 e 30 anos, segundo levantamento da idade óssea realizado na unidade.

Pardo, com déficit intelectivo profundo, risonho e inquieto, respondia apenas “mamã” e “papá”, únicas palavras que ele pronuncia até hoje.

Nos anos seguintes, houve diversas tentativas de identificação. Pequenos cartazes com sua fotografia foram confeccionados e afixados nas proximidades do hospital, além de terem sido feitos contatos com a Polícia Civil, mas sem retorno algum.

Aparentemente com cerca de 60 anos, hipertenso e diabético, Aparecido permanece no CAPAAC, onde recebe cuidados. Ele passou por cirurgias, foi internado em hospital de assistência comum e teve doenças, como covid-19.

“Ele necessita de acompanhamento dos profissionais para sua higiene pessoal, ingestão de alimentos e administração de medicamentos”, explicou a assistente social Taismane Clarice.

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