Novo alerta para o uso de fones de ouvido
Especialistas defendem que as pessoas precisam utilizar o dispositivo por menos tempo e com até 50% do volume máximo
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Mais de 1 bilhão de pessoas que abusam de exposição sonora podem apresentar perda auditiva durante a vida. Isso é o que demonstra o novo estudo da revista inglesa BMJ Global Health, publicado nesta semana.
Os dados da pesquisa apontam que até 1 bilhão e 350 mil pessoas, entre 12 e 34 anos em todo o planeta, já exercem práticas auditivas inseguras.
Isso quer dizer que essas pessoas já usam fones de ouvido por tempo prolongado e em alto volume, por exemplo, além de ficarem expostas a outros tipos de sons.
A pesquisa compilou vários estudos para chegar ao resultado. Foram analisados artigos científicos publicados entre os anos de 2000 e 2021.
De acordo com a otorrinolaringologista Flavia Gomes de Freitas, o estudo demonstra um resultado preocupante, já que essa perda auditiva é definitiva.
“A quantidade de pessoas que podem ter perda auditiva é resultado de indivíduos que usam dispositivos por tempo prolongado, principalmente fones de ouvido. A conscientização nesses casos é fundamental”, defendeu.
No entanto, segundo Flavia, os números podem ser ainda mais alarmantes.
“É essencial observarmos que essa pesquisa não computou a maior parte do período da pandemia causada pelo coronavírus. Muitas pessoas ficaram em suas casas e utilizaram fones de ouvido por muito tempo”, analisou.
Especialistas defendem que as pessoas precisam utilizar fones de ouvido por menos tempo e, de preferência, até 50% do volume máximo de seu dispositivo sonoro.
Segundo o otorrinolaringologista Bruno Caliman, os jovens têm procurado consultórios médicos cada vez mais cedo, apresentando sintomas de perda auditiva.
“Geralmente começa com zumbido no canal auditivo. Uma boa dica para tomar cuidado com os fones é fazer testes. Por exemplo, se a pessoa consegue ouvir alguém falando com ela, quer dizer que o volume está adequado”, comentou.
Ainda segundo Caliman, é importante que hajam campanhas governamentais, para que a população seja conscientizada a respeito do perigo da longa exposição sonora. “Essa perda é irreversível. É preciso ter precaução”, ressaltou o médico.
PRECAUÇÃO
Uso de fones controlado
A autônoma Ângela Ambrósio, 47, é mãe da estudante e atriz Talita Patuzzo, 16. O uso de fones de ouvido na casa delas é controlado. Talita só utiliza o acessório quando é necessário e, fora isso, somente de vez em quando.
“A preferência é sempre ouvir o som pela própria televisão. Mas ela mesmo possui autocontrole nisso. Por ter vários amigos com deficiência auditiva, isso acaba sendo mais um motivo para ela cuidar da própria audição”, comentou Ângela.
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