Imprudência é maior causa de acidentes no trânsito, afirma delegado
Titular da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito lamentou as estatísticas crescentes de acidentes, incluindo os atropelamentos
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Lamentando as estatísticas crescentes de acidentes, incluindo os atropelamentos, o titular da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito, delegado Maurício Gonçalves, disse que o principal motivo é a imprudência.
“Quando se pensa em um fator imediato, o campeão é a imprudência, aliada à falta de educação de muitos condutores, que não respeitam o próximo, não respeitam as leis de trânsito, não têm empatia pelo outro motorista, pelo pedestre”, disse o delegado.
No caso das penas previstas no Código de Trânsito Brasileiro, ele esclarece que o condutor pode responder por crime culposo, quando não há intenção. Porém, como agiu por imprudência, negligência ou imperícia pode ficar configurado durante as investigações que ele cometeu um crime.
Neste caso, a pena prevista é de 2 a 4 anos. Se tiver qualificadoras, como não prestar socorro ou conduzir um veículo sem estar habilitado, a pena pode ser aumentada em um terço.
Pelo Código Penal, o condutor também poderá responder por homicídio doloso, quando há intenção de cometer o crime, cuja pena varia de 6 a 20 anos.
O capitão Anthony Moraes Costa, chefe do setor de Comunicação do Batalhão da Polícia de Trânsito (BPTran), chama a atenção para a distração e o desrespeito tanto do pedestre quanto do condutor.
“O uso de celular durante a condução de veículo ou enquanto se atravessa a pé uma rua são situações de potencial risco de atropelamento”.
Em relação ao desrespeito, ele lembra do papel de cada um no trânsito, tanto do condutor quanto do pedestre, e cita exemplos. “O condutor tem o dever de respeitar a preferência do pedestre na faixa até que ele conclua toda a passagem. Por sua vez, o pedestre precisa ter certeza de que o condutor o viu antes de iniciar a travessia”.
Além disso, o pedestre não deve circular pela pista de rolamento ou atravessar a rua enquanto a sinalização semafórica está na fase verde para os veículos, mesmo onde exista faixa de pedestre.
Já André Cerqueira, membro do Movimento Capixaba para Salvar Vidas no Trânsito (Movitran), observa que normalmente os acidentes envolvendo pedestres, se não resultarem em morte, vão causar lesões graves.
“Qualquer impacto de um veículo acima de 40km/h em um pedestre vai causar sérias lesões. Um pedestre é a parte mais frágil do sistema de trânsito. Ele tem zero proteção, apenas o seu corpo”.
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