Emoções e desafios com os quíntuplos
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Eles foram à escola pela primeira vez, conheceram o shopping com a família, e a mãe, Mariana Mazzelli, de 37 anos, segue enfrentando muitos desafios para administrar a rotina dos quíntuplos capixabas, que nasceram em junho de 2019.
É que o papai Jayme Reisen, 38, continua trabalhando fora, e Mariana conta com a ajuda da mãe, e de uma babá para conseguir organizar o dia a dia de Benício, Bella, Laís, Beatriz e do pequeno Jayme.
“Este ano foi de muitos desafios, com certeza, um ano muito intenso porque a pandemia continua, mas não deixamos de aproveitar todos os dias com as crianças. Viajamos, fomos à praia, ao shopping, pela primeira vez, e, inclusive, teve ajuda extra da madrinha de um dos bebês. Eles ingressaram na escola”, salienta Mariana.
Quando o assunto é viagem, a mãe brinca que é quase uma aventura.
“Viajar com eles não é uma tarefa fácil. Temos de fazer quase uma minimudança. É muita mala mesmo, mas nos saímos muito bem. Dessa vez, além da minha mãe, que foi para ajudar, o irmão mais velho das crianças também foi, o meu enteado, Ailton”.

Os pequenos estão com 2 anos e meio, e a rotina agora começa um pouco mais tarde. Quatro acordam mais cedo, por volta das 8h, mas o Benício, a mãe brinca que é mais preguiçoso e gosta de acordar mais tarde, até por volta das 11 horas, como ocorreu durante esta semana.
Durante o ano, a família chegou a frequentar a praia com as crianças. Porém, com a cidade cheia, Mariana diz que fica com medo.
“A pandemia ainda não acabou e, além disso, começou essa gripe mais forte. Agora optamos mais em ir para o sítio da minha família, onde eles podem ficar mais à vontade e ficamos menos preocupados. Da janela do apartamento, eles acompanham o movimento da praia e, à noite, o papai chega e brincamos com eles”, detalha a mãe.
Os quíntuplos foram para a escola pela primeira vez, mas com o aumento de casos de covid, os pais decidiram suspender a vida escolar das crianças.
Beatriz passou por uma cirurgia este ano para corrigir o estrabismo e hoje não precisa mais usar óculos. Já Laís passou a ter o mesmo problema aos 2 anos e, agora, é quem usa óculos e tampão.

Bebês ficaram 4 meses no hospital
Nascimento
Jayme, Benício, Bella e as gêmeas univitelinas Laís e Beatriz nasceram em 4 de junho de 2019.
A decisão do parto veio na 27ª semana de gestação, porque uma gêmea univitelina, a Beatriz, entrou em sofrimento, e para não perdê-la, a mãe foi submetida a uma cesariana.
Trinta e sete profissionais participaram diretamente do parto, que aconteceu em um hospital particular, em Vitória.
Internação
Os bebês ficaram quatro meses internados e os pais passaram por muitos altos e baixos, como contam.
Alguns tiveram intercorrências mais sérias, passaram por várias cirurgias, porque tinham entre 430 gramas e 1,06 quilo.
Ainda na maternidade, com dois meses de vida, os pais descobriram que um dos bebês, o Benício, é portador da síndrome de Down.
Alta do hospital
Após receberem alta, os quíntuplos foram para o apartamento do casal, em Vila Velha. Mas, em busca de mais espaço, os pais decidiram se mudar para a casa da avó materna em Guarapari, onde moram atualmente.
Escola
Em 2021, os quíntuplos foram para a escola pela primeira vez, mas o aumento do contágio da covid-19 fez com que os pais optassem por não levá-los mais à escola.
Aprendizados
Jayme e Laís aprenderam a andar primeiro, no início de 2021. Bella, Beatriz e Benício seguem fazendo fisioterapia todos os dias para o fortalecimento do corpo.
Bella e a Beatriz, devido à prematuridade extrema, tiveram uma lesão cerebral que acometeu a parte motora.
Em janeiro deste ano, os pais e os quíntuplos vão embarcar para Curitiba, no Paraná, para que Bella e Beatriz possam ser submetidas a uma fisioterapia chilena, chamada Cuevas Medek Exercises.
Fonte: Mariana Mazzelli, mãe dos quíntuplos.
Técnica chilena para incentivar crianças a andar
Dos cinco filhos, Jayme e Laís já andam. Benício engatinha, enquanto Bella e Beatriz, que fazem fisioterapia todos os dias, vão passar por tratamento, dentro de alguns dias, em Curitiba, no Paraná.
Bella e Beatriz vão ficar duas semanas em uma clínica especializada em tratamentos especiais para serem submetidas a uma fisioterapia chilena, o método Cuevas Medek Exercises (CME).
“A Bella e a Beatriz, devido à prematuridade extrema, tiveram uma lesão cerebral que acometeu o lado motor. Fizemos a ressonância magnética delas, em outubro, e ficou constatado que a lesão é na parte motora. Agora é com muita fisioterapia, paciência e perseverança para conseguirmos os resultados”, explica a mãe.
O CME é uma metodologia baseada em exercícios dinâmicos e desafiadores contra a gravidade, para reforçar o potencial de recuperação natural de crianças que apresentam alguma dificuldade motora.
Uma das fisioterapeutas das meninas, Daiany Ricieri explica que será um novo passo para as meninas. “Esse tratamento é um método de fisioterapia e será realizado por 15 dias. Depois, a gente vai dar continuidade com a fisioterapia convencional. O trabalho em 2022 continua para que eles possam evoluir cada vez mais”.
Para que as duas passem por esse tratamento, a família toda vai viajar. “Teremos que ir todos. Minha mãe, a fisioterapeuta daqui e uma babá. Lá, vamos ter de dedicar esse tempo ao tratamento. Vai ser a primeira viagem de avião deles”, disse Mariana Mazzelli.
“Este ano será muito promissor, de grandes realizações. As crianças vão voltar para a escola, e esperamos o fim dessas doenças que nos assustam”, declarou a mãe.
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