Bolsas, sapatos e acessórios: colecionadores têm itens que chegam a R$ 10 mil
Há itens de coleção que chegam a custar R$ 10 mil. Hobby é benéfico, por incentivar a socialização e o conhecimento cultural
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Bonecas, miniaturas de carros, jogos, tênis e bolsas. A lista de tipos de coleção é infinita. Se engana, inclusive, quem pensa que o amor pelas coleções tem idade, sexo ou classe social: o hobby é democrático e, muitas vezes, assume uma importância afetiva tão forte que se torna uma paixão.
Para quem ama itens colecionáveis, não basta ter um ou dois. O empresário Josildo Amorim, 51, por exemplo, trata os tênis não apenas como um calçado: eles são um estilo de vida.
Com uma coleção de 90 pares, o Josildo adquiriu o hábito há cinco anos e, desde então, iniciou coleções de óculos de grau e carros de brinquedo.
“Há itens de todos os valores nas minhas coleções, de R$ 1.000 a R$ 10.000. O hábito surgiu na minha vida com o tempo e não veio dos meus pais. Veio de dentro para fora, de forma inovadora. Sempre gostei de carros, por exemplo. É uma verdadeira paixão! Tenho 90 tênis, 22 óculos de grau e seis carrinhos de brinquedo”, conta o empresário.
A paixão por itens colecionáveis é um hobby benéfico, que pode desenvolver a expansão do conhecimento de mundo, analisa a psicóloga Alita Cabral.
Ela alerta que o hobby não pode ser confundido com o acúmulo de objetos, já que se trata de algo diferente, que envolve até um afeto do colecionador.
“É possível desenvolver habilidades, como a expansão e a busca para aprender mais sobre temas. O colecionador tem um foco e interesse de compra específico, diferentemente do acumulador. O hábito pode fortalecer, inclusive, a interação com outras pessoas”.
A socialização pode, sim, ser um efeito do hobby por colecionar itens, aponta o psicólogo e psicanalista Gerson Abarca. O especialista explica que a habilidade traz diversos benefícios e pode criar uma rede de interação entre pessoas com objetivos comuns.
“É uma habilidade que requer pesquisa, foco, fazer escolhas. É uma ocupação do tempo de uma forma criativa. O colecionador está envolvido em uma socialização, então não é simplesmente um hobby vazio. A pessoa tende a desenvolver uma rede de interação”.
O psicólogo exemplifica que, com algumas coleções, a pessoa pode aprender culturas e questões geográficas, regionais e até políticas de países.
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Hábito de mãe para filha
O hábito de colecionar pode, sim, passar de mãe para filha. Desde cedo, a biomédica Jéssica Marques se encantava com diferentes sapatos de sua mãe.
Hoje, aos 32 anos, a biomédica tem uma coleção de cerca de 60 pares, com botas que chegam a custar R$ 1.000.
“A coleção começou aos 17 anos. Os sapatos de maior valor emocional são os das minhas duas formaturas: uma bota vermelha, que faz contraste com a beca preta, e um sapato muito alto, que comprei e usei no baile”.
Atividade não deve interferir na rotina, dizem especialistas
Passar o tempo com uma atividade prazerosa, ampliar o conhecimento de mundo e se envolver em
grupos sociais são alguns dos benefícios do colecionismo.
Quando, no entanto, há um desequilíbrio e o hábito saudável chega ao extremo, a atividade pode esconder uma compulsão, apontam psicólogos.
A psicóloga clínica Marina Miranda argumenta que o colecionismo é um hobby e envolver-se com hábitos que são afetivamente importantes é uma das formas de cuidado com a saúde mental. Há, no entanto, um limite entre o hobby e o comportamento compulsivo, que afasta a pessoa da sensação prazerosa do passatempo.
“Em casos em que o colecionismo estiver interferindo na rotina da pessoa ou em suas relações, desorganizando-a, há um alerta para um comportamento compulsivo”.
O psicólogo e psicoterapeuta Gerson Abarca analisa que, quando não há a prática social do colecionador, ou seja, um afeto pelo tema da coleção, uma rede de interação social e um limite para vivenciar a prática como algo prazeroso, o colecionismo pode ser patológico.
“Se cair na conduta cumulativa, o hobby se torna uma satisfação do próprio ego. Às vezes, a pessoa não deixa ninguém tocar nem olhar (a coleção). Se a pessoa não tem a prática social do colecionador, ela está mais para um acumulador”.
COLEÇÃO DOS FAMOSOS
Marcos Mion
O apresentador Marcos Mion é tão apaixonado por tênis que criou até uma conta no Instagram para mostrar sua coleção.
Há várias peças coloridas e divertidas. O tênis mais raro da coleção foi desenhado pelo rapper Kanye West e já foi leiloado por R$ 39 milhões.
Antônio Fagundes
Nas redes sociais, o ator Antônio Fagundes compartilha fotos de sua coleção inusitada: meias divertidas!
Ele tem de todos os tipos. O ator já contou, inclusive, que coleciona os itens há mais de 20 anos. As meias são supercoloridas e bem-humoradas.
Rodrigo Lombardi
Hulk, Homem-Aranha, Batman, A Noiva Cadáver, Capitão Gancho e os heróis de Star Wars são apenas algumas das figurinhas de ação da grande coleção do ator Rodrigo Lombardi.
Ao todo, a coleção do ator teria mais de cem itens.
Faustão
Com mais de 1.500 carros em miniatura, a coleção do apresentador Faustão já foi até mostrada na televisão.
O apresentador conta que, quando era pequeno, não podia ter muitos carrinhos e, talvez, por isso, desenvolveu a paixão e decidiu iniciar a própria coleção.
Lucas Jagger
Lucas Jagger, filho de Luciana Gimenez e Mick Jagger, tem uma coleção inusitada: esmaltes coloridos.
Azul, rosa, preto, verde, entre outras. Nas redes sociais do rapaz, é possível encontrar diversas fotos dele com unhas de diferentes cores, combinando com os looks.
Elton John
O visual icônico do cantor inglês Elton John sempre inclui um item: os óculos.
Para a rádio BBC, o cantor revelou: “Eu não tenho iPod, celular nem computador. Eu tenho um quarto de milhão de pares de óculos”. A coleção de 250 mil óculos tem espaço reservado em sua casa.
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