Até 30% dos homens recusam exame de câncer
Apesar da gravidade do tumor de próstata, muitos se negam a realizar avaliação preventiva por preconceito
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Apontado como o principal método para detectar um câncer de próstata, o exame de toque continua sendo tabu entre os homens. Em todo o País, até 30% do público masculino se negam a realizar a avaliação, conforme afirmam especialistas.
Somente no Espírito Santo, 1.500 pessoas são diagnosticadas com esse tipo de nódulo por ano. Já a nível nacional, um homem morre a cada 38 minutos devido à doença, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Mas, apesar da gravidade, o problema ainda é tratado com relutância. Para o urologista do Hospital Evangélico de Vila Velha, Rodrigo Tristão, os principais motivos disso seriam o estigma e o preconceito que rondam o tema.

Celebrado ao longo deste mês, o Novembro Azul alerta para os cuidados com a saúde do homem, especialmente em relação ao câncer de próstata. “Embora as campanhas de conscientização tenham crescido nos últimos anos e, com elas, o entendimento da importância do toque retal, ainda perdura o preconceito e o machismo”, destaca Rodrigo Tristão.
De acordo com o urologista, a situação torna-se mais preocupante diante do fato de que a doença é silenciosa – ou seja, quase não apresenta sintomas. “Quando os sinais aparecem, na maioria dos casos, significa que o nódulo já está em fase avançada”, explica Rodrigo Tristão.
Entre os sintomas que podem surgir, estão as dores ao urinar, a vontade de urinar com frequência, a presença de sangue na urina e a dor óssea. Além disso, segundo o oncologista da Rede Meridional Fernando Zamprogno, são considerados como fatores de risco: a idade, o histórico familiar positivo e a raça do paciente.
“Apesar de poder ser encontrado em pessoas mais jovens, o perigo aumenta significativamente após os 60 anos. Outro fator importante é a raça, já que a doença tem sido cada vez mais observada em homens negros”, ressalta.
O médico e subsecretário de Estado de Planejamento e Transparência da Saúde, Tadeu Marino, salienta que, quanto mais cedo for feito o diagnóstico do nódulo, maior a chance de cura.
“É preciso que todos os homens façam o acompanhamento médico na terceira idade, pois qualquer um deles, hoje, está suscetível ao câncer”, diz.
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