Quem é o ex-CEO da Hurb preso por furto de obras de arte em hotel e shopping de luxo do Rio
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O empresário João Ricardo Rangel Mendes, ex-CEO da Hurb (antigo Hotel Urbano), que enfrenta uma série de ações na Justiça, foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro sob suspeita de furtar obras de arte de um hotel de luxo e de um shopping da Barra da Tijuca, bairro nobre da zona oeste carioca. A defesa de Mendes não foi localizada.
? A Polícia Civil RJ prendeu empresário que furtou obras de arte avaliadas em milhares de reais em hotel e escritório na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ele foi capturado em uma cobertura de luxo na mesma região. pic.twitter.com/xkWy2SLetn
— Polícia Civil RJ (@PCERJ) April 26, 2025
As obras de arte são avaliadas em mais de R$ 23 mil. O suspeito teria tentado fugir ao ser localizado na cobertura de uma residência de luxo, também na Barra, onde estava grande parte das peças, segundo informações da 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca).
Fundador e ex-CEO da Hurb, Mendes, de 44 anos, é carioca e começou a empreender desde cedo, primeiramente com vendas online. Aos 18 anos, abriu uma barraca de bebidas na Praia do Pepê, na Barra da Tijuca.

Em 2011, vendo uma oportunidade no setor de turismo, fundou a agência de viagens Hotel Urbano ao lado do irmão. Após mais de dez anos como CEO da empresa, renunciou ao cargo em meio à onda de críticas de clientes e hotéis parceiros.
Mendes vinha sendo criticado pela maneira como lidava com a crise de imagem que atingiu a Hurb com o aumento do número de reclamações de clientes e hotéis parceiros.
Além de divulgar vídeos institucionais debochando das reclamações, Mendes xingou e expôs dados pessoais de clientes que reclamavam do serviço da empresa, além de ter divulgado um vídeo em que ironizava as reclamações.
“Fica satisfeito já de não viajar, porque tá arriscado alguém bater na tua casa hoje, hein! Nessa merda dessa tua casa”, aparece dizendo no vídeo gravado por um cliente identificado como Miguel e compartilhado pelo próprio Mendes em sua conta do Instagram — o conteúdo foi apagado logo em seguida.
Fazer coisa errada é um hack, disse em vídeo
Em vídeo publicado nas redes da Hurb, Mendes se descreveu como uma pessoa bastante inquieta desde a adolescência. “Fazer ‘coisa errada’, no final, é um hack (truque). Invadir uma festa e não pagar é um hack que você está fazendo. Subir numa marquise é um hack que você está fazendo”, disse.
Em seus perfis no LinkedIn e no Medium, ele dizia ter a pretensão de “ajudar o maior número de pessoas a se tornarem mais corajosas, mais verdadeiras e mais engajadas na busca pelo que é significativo para atingir seu pleno potencial”. “Esse é o meu motivo: elevar a fasquia, elevar as suas ambições”, escreveu.
Investigação envolve dois possíveis furtos
A investigação que culminou na prisão de Mendes envolve dois possíveis furtos. Um deles é de obras de arte que estavam em um hotel de luxo, enquanto o outro envolve quadros e outros pertences de um escritório de arquitetura localizado dentro de um shopping.
“Após análise de imagens e diligências, constatou-se que se tratava do mesmo autor, e que ele utilizou a mesma motocicleta para cometer ambos os crimes”, aponta a polícia. “Antes de ser detido, ele tentou fugir da ação dos policiais, mas foi capturado no terraço do apartamento”, acrescentou.
Segundo a polícia, no imóvel onde o suspeito foi preso, estavam três esculturas de cerâmica e um dos quadros furtados do hotel. Uma pintura ainda não foi recuperada.
“Todo o material foi devolvido aos legítimos proprietários e agentes da 16ª DP seguem em diligências para localizar a última obra de arte. O homem foi autuado em flagrante pelo crime de furto”, afirmou a polícia, em nota.
O espaço está aberto para manifestação da defesa de Mendes.
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