Como ladrões clonam controles para roubar carros e residências? Veja formas de se proteger
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Um engenheiro foi morto na semana passada por criminosos durante um assalto no Jardim Paulista, área nobre da capital paulista próxima ao Parque do Ibirapuera. De acordo com a polícia, os bandidos conseguiram acessar o interior da residência da vítima clonando o controle remoto do portão automático do imóvel.
Esse tipo de prática criminosa já existe há alguns anos, inclusive para roubo de veículos. Entretanto, ganhou evidência nos últimos meses por conta da incidência. A estratégia também foi usada por um grupo que invadiu um condomínio no Higienópolis e fez um arrastão nos apartamentos.
Especialistas ouvidos pelo Estadão, explicam que para evitar o problema, é preciso se atentar ao modelo de aparelho utilizado (leia mais abaixo).
O que acontece na clonagem, segundo o especialista, é que criminosos monitoram o local da residência e utilizam um receptor de sinal geral para, no momento que a vítima abre o portão, identificar o código emitido pelo controle.
“Recebendo esse sinal, você sabe que é o mesmo sinal que tem que chegar para o portão”, diz Arruda. “A radiofrequência é como se fosse escrita, então, se analogamente a gente tivesse uma senha que é 1234, o que é clonado é este código. Ele clona o 1234, que é transmitido por radiofrequência”, afirma.
É por isso que, em raros casos, pode acontecer de um controle abrir o portão do vizinho. Especialmente se os equipamentos comprados forem mais simples, com códigos padrão.
Como se proteger?
Segundo Arruda, para tentar evitar o problema de clonagem, é preciso comprar aparelhos que utilizam códigos rotativos, um sistema similar aos tokens de banco. Eles são um pouco mais caros, mas garantem segurança significativamente maior.
Com eles, o valor emitido pelo controle e aceito pelo motor do portão muda a cada vez que o controle é acionado. Ou seja, quando o ladrão tentar reutilizar o código captado, ele não abrirá mais o portão.
Após a repercussão do caso do engenheiro morto no Jardim Paulista, a venda deste tipo de aparelho aumentou, segundo Aparecido Castro, sócio da Capital Portões, especializada em venda e assistência técnica de portões automáticos.
“Temos recebido muito contato de gente perguntando se existe um sistema que impede isso”, diz o empresário. “Muitas vezes, na hora de comprar o motor do portão e o controle, os vendedores não explicam direito como funciona cada tipo e a pessoa compra o mais barato, sem saber que por uma diferença de R$ 150, a segurança do rotativo é muito maior.”
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