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Cidades

Quinze tratamentos para mais de 50 tipos de medo


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A sensação de que algo ruim pode acontecer é comum a muitas pessoas e, por vezes, costuma ser paralisante. Para superar situações dessa natureza, médicos e psicólogos apontam 15 técnicas e tratamentos que ajudam a vencer mais de 50 tipos de medo, como os de altura, avião, ficar doente, sair de casa, morrer, entre outros.

Entre as técnicas que apresentam melhores resultados estão a hipnoterapia, dessensibilização sistemática, técnicas de respiração, exposição com prevenção e até mesmo uso de medicação em casos mais graves.

Imagem ilustrativa da imagem Quinze tratamentos para mais de 50 tipos de medo
Christina Patuzzo Helal, 36 anos |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

A nutricionista Christina Patuzzo Helal, 36 anos, contou que tem medo de ficar doente e já teve crise de ansiedade por causa disso. Ela admitiu que, com a chegada da Covid-19, foi ainda mais difícil.

“Tenho medo de perder minhas funções vitais, ficar internada e dependente de outras pessoas. Fiquei com muito medo de pegar a Covid-19. A gente não sabe nada sobre essa doença. Fiz acompanhamento para ansiedade. Valorizo muito a saúde e me cuido. Uma coisa que me ajuda muito é o contato com a natureza e os exercícios de respiração. Me fazem desligar um pouco do medo e das incertezas”, salientou.

Psicóloga do programa Viver Bem da Unimed Vitória, Naira Delboni explicou que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem psicológica, com várias técnicas, que tem mostrado bons resultados no tratamento de alguns medos e fobias.

“Essa abordagem é focada no problema atual do paciente. Dentro dela, trabalham-se a reestruturação cognitiva, a exposição gradual e diversas estratégias de enfrentamento”, salientou.

A psicóloga Monique Nogueira destacou que a escolha e a utilização de cada técnica e tratamento equivalem ao grau e estado que o indivíduo apresenta do medo. “O medo não patológico é uma resposta física que nos alerta. Já o medo patológico se apresenta como no transtorno de pânico”.

Presidente da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo (Apes), Valdir Campos ressaltou que, além das técnicas de TCC, atividades como pilates, ioga e meditação também ajudam a vencer o medo.

“Atividades que dão prazer, ao ar livre, ajudam a se desligar desse mundo do medo. Durante a pandemia tem muita gente presa dentro de casa com medo de voltar à rotina”.

Existem vários sentimentos que são derivados do medo. É o que afirmou a psicóloga e hipnoterapeuta Débora Monteiro Coelho. “A hipnoterapia ajuda a elaborar o momento traumático ou as fantasias, os medos infantis, para ela vencer”.

A técnica de dessensibilização sistemática, que consiste na aproximação gradual à experiência traumática, é um dos tratamentos destacados pelo psicólogo Renan Molina Pinto. “Junto com um profissional, trabalha-se a desconstrução desse medo”.

Exercícios de respiração

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Luezia Andrade, 36 |  Foto: Acervo Pessoal

A publicitária Luezia Andrade, 36, contou que tem muitos medos, entre eles o medo de inseto, de avião, prédios altos e de ficar doente, o que tornou o período da pandemia pelo novo coronavírus ainda mais difícil.

“Minha mãe sempre foi superprotetora, acho que é por isso que tenho tantos medos. Já tive que fazer terapia. Tive crise de ansiedade por causa do medo da Covid-19, taquicardia, falta de ar e achei era sintoma da doença. Hoje faço exercícios de respiração”.

Bem-estar emocional: Síndrome afeta os confinados

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Mulher com a síndrome da cabana: ansiedade, agressividade e dificuldade para sair de casa são sintomas da doença causada pelo isolamento prolongado |  Foto: Arquivo/AT

A volta à rotina depois de meses de isolamento social e a flexibilização gradativa não foram recebidas com alívio por toda a população. Médicos e psicólogos estão identificando que pessoas confinados estão com sintomas da síndrome da cabana.

Angústia, agressividade, ansiedade e dificuldade para sair são algumas das sensações desse fenômeno psicológico causado pelo isolamento prolongado.

Pilates para superar pavor do vírus

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Angélica Deprá |  Foto: Kadidja Fernandes/ AT

A fonoaudióloga Angélica Deprá contou que tem medo de sair de casa por causa da Covid-19. Ela revelou que o medo já foi pior, mas, com a ajuda da terapia e o pilates, está mais controlado. No começo do isolamento social, ela ficou apavorada com a doença.

“Tive várias crises de ansiedade. Fiquei em pânico e deixei todos os que convivem comigo em pânico também. Não deixava minha mãe chegar no portão. Achava que ela também ia morrer de Covid-19. Fiquei tão apavorada que chegou a um ponto que meu marido me obrigou a fazer pilates só para distrair a mente e me desligar da doença. Tem dado certo!”, destacou.

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"O excesso do medo pode nos paralisar e nos levar a prejuízos físicos e psicológicos”, Naira Delboni, psicóloga do Viver Bem da Unimed Vitória |  Foto: Divulgação

Psicóloga do Viver Bem da Unimed Vitória, Naira Delboni explica que a Síndrome da Cabana não é uma doença ou um transtorno mental e, sim, um fenômeno natural para se adequar a uma nova realidade obrigatória.

“Angústia e temor de retomar o contato social na situação que estamos vivenciando podem surgir. Pode vir do medo de ser contaminado e até causar sintomas físicos como taquicardia e falta de ar. Pode ser confundido com a síndrome do pânico, que leva ao isolamento.”

O psicólogo Alexander Bez define que a Síndrome da Cabana é uma resposta emocional real, frente a perigo existente. “Ela se refere apenas a se proteger de vírus atmosférico, como a Covid-19, que faz a contaminação pelo ar”.

Ele explica ainda que é preciso enfrentar o que causa medo de forma gradativa. A pandemia também tem aumentado o número de pacientes com transtorno obsessivo compulsivo (TOC), segundo o psiquiatra Vicente Ramatis. “Têm surgido cada vez mais pacientes com sintomas desse quadro. Pessoas com medo de serem contaminadas”.

Ele esclarece que no TOC a pessoa é tomada por pensamentos obsessivos. “Nesse contexto, por exemplo, está o medo da contaminação pelo vírus. Isso leva a uma ação compulsiva, de lavar a mão em excesso. É uma disfunção cerebral e, em muitos casos, precisa de medicamentos”.

A psicóloga da Pró-Saúde, no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), Priscila Saiter Assis, conta que relatos dos pacientes vão desde o medo de adquirir a doença até de contaminar pessoas próximas e familiares.

“Não hesite em procurar ajuda de um profissional, seja seu medo crônico e recorrente ou dito como simples. O profissional vai ajudar a reconhecer a origem dele”.

Superproteção pode gerar temor

O modo como os pais criam seus filhos pode influenciar se terão muitos medos ou não. É o que afirmam psicólogos e especialistas.

De acordo a com a psicóloga do Melhor da Vida Samp, Marden Lauar, a superproteção dos pais pode privar a criança e o jovem de vivenciarem situações que serão benéficas para eles no futuro.

“Crianças e jovens são mais suscetíveis a apresentar o medo mais excessivo. A superproteção cria um adulto inseguro, que pode gerar, inclusive, uma fobia social. Pode criar um adulto que teme ser rejeitado, ser avaliado negativamente, que se esquiva de falar em público”, disse.

O psicólogo Renan Molina Pinto argumenta que os medos da infância podem ser levados até a adolescência ou fase adulta, se não forem elaborados e respeitados da forma devida.

A psicóloga e educadora parental Nanda Perim destaca que, para a criança elaborar alguns temores, como medo do abandono, perder os pais e outros, são abstratos demais. Portanto, generaliza, fantasia e transforma em algo mais concreto.

“O medo de ser esquecido vira medo do escuro, de os pais adoecerem, de eles saírem de casa. Além de legitimar e desconstruir, vale analisar o que esse medo pode nos dizer”.


SAIBA MAIS

Medo
- É uma das emoções humanas mais básicas, juntamente a alegria, tristeza, raiva e nojo, chamadas de emoções primárias. É fundamental para a sobrevivência do ser humano.
- A emoção é formada por três componentes: a resposta fisiológica do corpo, a resposta comportamental e a sensação. O medo pode se transformar em uma fobia quando compromete as nossas relações sociais e causa sofrimento.

Medo real
- Está ligado a situações que oferecem riscos reais, como o medo de se machucar ao saltar de paraquedas.
- Esse tipo de medo é agente protetor e não gera insegurança. É concreto no risco oferecido.
- São esses medos que fazem pensar antes de agir, de tomar uma decisão ou de fazer uma escolha.

Medo irreal
- É criado pela mente e está relacionado ao temor de passar por alguma situação que possa provocar prejuízos emocionais. Os medos emocionais, ou irreais, despertam insegurança e, geralmente, estão relacionados a um sentimento de incapacidade.

Fobia
- É um medo exagerado, um tipo de distúrbio psicológico. O indivíduo sente repulsa, um medo persistente e incontrolável de algo específico ou de determinada situação.
- Esse pavor pode ter sido causado por um trauma do passado ou ainda não ter uma causa aparente.
- A estimativa é de que 20% da população no mundo sofra de algum tipo de fobia. As fobias sociais são os medos desencadeados pela exposição à avaliação social. Fobias específicas são relacionadas a objetos e situações específicas.

Fonte: Especialistas consultados.


As 15 técnicas e tratamentos contra o medo


1 - EMDR
- A técnica de Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares, em inglês Eye Movement Desensitization and Reprocessing (EMDR), permite a estimulação dos hemisférios cerebrais, onde as lembranças dolorosas são armazenadas. Com isso, produz tranquilidade mental.
- Indicação: tratamentos para medos traumáticos, como fobia de aranha, medo de dirigir, fobia do escuro e outros.

2 - Experiência Somática
- Essa técnica entende que o trauma é causado por uma incapacidade do corpo, da mente e do sistema nervoso de processar alguns eventos estressantes. Ele ajuda a completar respostas de autoproteção de luta, fuga e congelamento que ficaram retidas no sistema nervoso, no momento em que algum evento ameaçador ocorreu.
- Indicação: para o tratamento de fobias como medo de morrer, fobia social, agorafobia e outros.

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A mente cria a situação que gera medo e o corpo ativa todas as reações contra o perigo”, Valdir Campos, psiquiatra |  Foto: Divulgação
3 - Massagem Biodinâmica
- É uma forma de psicoterapia de massagem que pode ser associada a outras técnicas. Ajuda a proporcionar relaxamento, harmonização e tranquilidade, e alivia sintomas causados pelo medo e a crise de pânico.
- Indicação: ajuda em medos como de trovão, altura, ratos e outros.

4 - Técnica de respiração
- Técnicas de respiração ajudam a controlar a ansiedade causada pelo medo e a reequilibrar as funções e hormônios do corpo. Atividades como ioga, pilates e meditação ajudam a aprender tais técnicas e também a distrair desses medos.
- Indicação: para pacientes com medo de doenças, medo de ficar doente, fobias de locais fechados, entre outros.

5 - Hipnoterapia
- É o tratamento que junta terapia com o uso das técnicas de hipnose e leva à reprogramação mental adequada para vencer os desajustes emocionais que causam a fobia.
- Indicação: para fobias como medo de sangue ou de agulhas, medo de dentista ou de altura.

6 - Realidade Virtual
- A Realidade Virtual utiliza óculos especiais com programas de computador que permitem que o paciente interaja com ambientes e situações próximas da realidade que causam o medo. Com isso, expõem o paciente gradualmente a seus medos e traçam os seus progressos para superar.
- Indicação: para medos de avião, medo de cachorros ou de bonecos.

7 - A.C.A.L.M.E.-S.E
- A estratégia é uma técnica da psicoterapia cognitivo-comportamental, que ajuda com práticas de como agir em caso de uma crise de pânico ou medo. A.C.A.L.M.E.-S.E significa: Aceite a sua ansiedade. Contemple as coisas ao seu redor. Aja com sua ansiedade. Libere o ar de seus pulmões. Mantenha os passos anteriores. Examine agora seus pensamentos. Sorria, você conseguiu. Espere o melhor.
- Indicação: medos de ficar sozinho, sair de casa ou o medo de espelhos.

8 - Exposição com prevenção
- A Terapia de exposição com prevenção de respostas tem o objetivo de expor ou confrontar o paciente ao seu medo, enquanto previne ou evita o comportamento problemático que essas situações geralmente desencadeiam. A exposição acontece de forma gradual até que as reações sejam administradas.
- Indicação: para medos de gatos, plantas e pássaros, por exemplo.

9 - Aula de teatro ou oratória
- Técnicas aprendidas nesse tipo de aulas ajudam a enfrentar medos como o de falar em público, do fracasso ou de gaguejar. Ajudam no controle do medo antecipatório e aos poucos a falar para mais pessoas.

10 - Desenhos-estórias
- É uma técnica usada para ajudar a criança a identificar o medo com a ajuda de um psicólogo. A criança desenha e conversa sobre o medo e o que desenhou.
- Indicação: para medo de dentistas, de animais e de água, por exemplo.

11 - Programação Neurolinguística
- É uma técnica que ajuda a descobrir qual o momento em que foi gerado o medo ou a fobia. Constrói com o paciente, recursos para lidar com aquela situação e que não estavam disponíveis quando ela aconteceu.
- Indicação: medos como de insetos, hospitais ou de ser abandonado.

12 - Dessensibilização sistemática
- É uma técnica em que o paciente é treinado a relaxar. É colocado em situações de graus que geram o medo e solicitado a relaxar enquanto imagina cada uma delas. Assim o paciente atinge um estado de relaxamento quando é exposto ao estímulo que provoca a resposta de ansiedade.
- Indicação: fobias como de abelhas, de ser contaminado, de ficar doente.

13 - Biofeedback
- Nesse tratamento, o profissional acompanha a medição do nível de estresse através de um software. O objetivo é ensinar o paciente a obter o autocontrole das ondas cerebrais, conduzindo a reconhecer seus níveis de atividade cerebral e trabalhar a reabilitação neuropsicológica, ampliando a capacidade de autocontrole.
- Indicação: fobias como a de ficar sem comunicação, de ser esquecido, de envelhecer e outras.

14 - C.O.R.A.G.E.M
- A técnica ajuda com passos para o enfrentamento do medo, tendo ajuda de um psicólogo. C.O.R.A.G.E.M significa: Confiança em si mesmo. Obter independência emocional. Respirar e relaxar. Aceitar os sintomas. Gerenciar os pensamentos negativos. Elaborar hierarquia de enfrentamento. Motivação e alegria de viver.
- Indicação: medos de bactérias e vírus, de animais ou de sair de casa.

15 - Medicamentos
- Há casos de fobia que geram transtorno do pânico e são necessários medicamentos antidepressivos para ajudar no controle do medo.
- Indicação: fobias como de ser assaltado, contaminação, alturas e outras.

Fonte: Especialistas consultados.

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