Governo vai imprimir mais dinheiro e pagar auxílio a 400 mil no Estado
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Cerca de 400 mil pessoas que moram no Estado ainda aguardam o pagamento do auxílio emergencial de até R$ 1.200 a trabalhadores informais, autônomos e microempreendedores. Em torno de 1 milhão já receberam, de acordo com estimativas da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Cidadania.
Para possibilitar o saque em espécie do benefício, o Banco Central pediu à Casa da Moeda para acelerar a produção de dinheiro físico, segundo informações da agência Reuters.
O objetivo é aumentar o estoque de dinheiro no País, diante da avaliação de que os níveis de cédulas hoje estão baixos e podem apresentar riscos para os pagamentos da segunda e terceira parcelas do benefício, para as quais ainda não há data definida.
Dados do Banco Central revelam um aumento substancial no volume de dinheiro em circulação no mercado interno desde o dia em que o auxílio começou a ser pago, em 9 de abril. Até a última sexta-feira, último registro disponível, o total em circulação no Brasil subiu R$ 36,4 bilhões.
De acordo com o Banco Central, hoje o País tem em circulação 7.704.156.756 de cédulas; 27.244.232.311 moedas e mais 966.723 moedas comemorativas.
A assessoria do Banco Central informou, por meio de nota, que, até o momento, os estoques foram suficientes para atender as demandas da economia.
“O BC tem dialogado com a Casa da Moeda e o Banco do Brasil, a Caixa e demais instituições financeiras para acompanhar a movimentação do meio circulante e prover seu adequado atendimento”, informa a nota.
Na medida que novos lotes de cadastros analisados são liberados pelo Dataprev, está sendo paga ainda a primeira das três parcelas previstas par o benefício. A previsão é de que esta semana cerca de 160 mil moradores do Espírito Santo tenham cadastro aprovado.
Ainda não foi divulgado o calendário para o pagamento das parcelas dois e três a quem está inscrito no Cadastro Único e tem direito ao auxílio e para quem fez a inscrição por meio do aplicativo “Caixa | Auxílio Emergencial” ou do site www.auxilio.caixa.gov.br.
Já os beneficiários do Bolsa Família vão receber conforme o calendário do programa.
“Medida não aumenta inflação”
A impressão de moeda para abastecer as agências bancárias e lotéricas que estão pagando em espécie o auxílio emergencial de até R$ 1.200, benefício criado para trabalhadores informais e famílias que tiveram a renda comprometida com a pandemia de coronavírus, não vai aumentar a inflação. É o que explicam os especialistas.
O economista Eduardo Araújo disse que, apesar do cenário de deflação (queda de preços), o fato de o Banco Central ter pedido à Casa da Moeda que acelere a produção do dinheiro não significa que o BC esteja expandido a base monetária, ou seja, o dinheiro em circulação no País.
“As transações, hoje, utilizam muito mais o dinheiro digital, por meio de cartões, transferências e outras operações. A impressão do papel moeda, por si só, é uma operação que o Banco Central tende a fazer na medida que há uma necessidade desse meio de pagamento, em dinheiro vivo, a quem está recebendo o auxílio emergencial”, explicou.
Professor de Finanças da UVV, Fabricio Azevedo também enxerga a impressão de moeda como uma medida pontual. “A necessidade dos cidadãos é de sacar o dinheiro em espécie. E isso acaba esgotando o papel moeda em circulação. Não estamos lidando com falta de recurso, mas do dinheiro físico mesmo”, destacou.
SAIBA MAIS É preciso substituir as notas danificadas
Como funciona a impressão de dinheiro
- Novas notas e moedas são colocadas em circulação de acordo com o crescimento do dinheiro vivo no País, acompanhando a evolução da economia, dos preços, as mudanças no comportamento da população e o aumento do volume de saques.
- Além disso, é preciso substituir as cédulas e moedas que são inutilizadas por se encontrarem muito desgastadas ou danificadas.
- É o Banco Central que define anualmente junto à Casa da Moeda a quantidade de cédulas e moedas que devem ser produzidas. Ou seja, a Casa da Moeda fabrica o dinheiro e o Banco Central emite, distribui e controla os meios circulantes.
- A fabricação precisa ser feita com cuidado para impedir a falsificação. O papel é especial e chega à Casa da Moeda na forma de grandes folhas, que já vêm com todos os itens de segurança, como a marca d'água, um desenho que só aparece quando é visto contra a luz.
- As notas levam nove dias para ficarem prontas. Cada folha rende 50 notas, que são embaladas e distribuídas pelo BC para os bancos. Cada cédula dura cerca de 10 anos.
- Para as moedas, são comprados discos de metal de várias composições. A de R$ 1, por exemplo, usa dois discos diferentes, um sobre o outro. O nome do processo é cunhagem e demora dois dias de trabalho.
Auxílio emergencial
- Tem direito ao auxílio emergencial trabalhadores informais, desempregados, MEIs e contribuintes individuais do INSS, maiores de 18 anos, que tenham renda média de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 522,50) ou de até 3 salários mínimos (R$ 3.135) por família, e não ter recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.
Fontes: Banco Central e Caixa Econômica.
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