Ambulante baleado por delegado em Noronha vai ter que amputar a perna

Emmanuel lamentou que isso esteja acontecendo na vida dele e, por isso, pede justiça |  Foto: Reprodução/Redes Sociais

O tiro que o ambulante Emmanuel Apory, de 26 anos, recebeu do delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz, no final de semana retrasado, durante uma festa em Fernando de Noronha, trouxe complicações irreversíveis para a vida da vítima.

Em vídeo gravado nesta sexta-feira (16), em um leito do Hospital da Restauração, no Recife, Emmanuel afirmou que vai precisar amputar a perna direita.

Ele lamentou que isso esteja acontecendo na vida dele e, por isso, pede justiça. “A pessoa que tentou ceifar a minha vida está tranquila em algum lugar, como se fosse mais um caso para entrar na estatística. Eu sei que tentaram me matar, não desejo nenhum mal, apenas quero que a justiça seja feita. Tenho certeza que a justiça pode tardar, mas a justiça de Deus não falha”, desabafou, acrescentando: "Não dei em cima de ninguém (referiu-se à namorada do delegado, a nutricionista Thamires Cavalcanti). Eu só quis ajudar".

Emmanuel agradeceu o apoio que vem recebendo de muitas pessoas, principalmente, de quem participou do protesto, durante a semana, em Noronha. “Eles exigiram justiça para este meu caso. Além disso, pediram melhorias, em todos os aspectos, na ilha. Tenho certeza que, se o atendimento de urgência de lá fosse mais ágil, eu não perderia a minha perna”, lamentou.

O ambulante ainda fez questão de fazer um agradecimento especial à sua mãe, Maria do Carmo Gonçalves. “Ela sempre está ao meu lado e isso me dá forças. Quero no momento é chegar em casa.”

RELEMBRE O CASO

Durante uma festa, há duas semanas, em Fernando de Noronha, o delegado Luiz Braga começa a discutir com Emmanuel Apory e ainda dá um empurrão nas costas do ilhéu.

Depois, o policial dá um safanão em seu peito e coloca o dedo em riste. O ambulante responde com outro empurrão, socos e tentativa de pontapé. É neste momento que o delegado atira, obrigando o ilhéu a sair do local.

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