Cardeais brasileiros afirmam que Leão XIV será sinal de unidade e refutam ideia de ‘Francisco II’
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Os cardeais brasileiros acreditam que a unidade é uma das principais pautas para o início do pontificado de Leão XIV. Após o término do conclave, sete dos oito participantes do País deram entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, 9, em Roma.
“Precisamos promover também entre nós essa unidade. Existem sinais que preocupam, e quem fere a unidade tem outro nome, que não ouso repetir (o Anticristo)”, disse d. Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
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Os bispos fizeram questão de sublinhar o papel de Leão XIV como central para a unidade da Igreja em um momento de construir pontes, como afirmou o pontífice em seu primeiro discurso na Praça de São Pedro. Desde antes do conclave, os cardeais reforçam a mensagem de que a Igreja não está dividida.
Importância da América Latina
Outro aspecto destacado pelos cardeais brasileiros é a grande experiência pastoral na América Latina. “Sem dúvida que a sua origem americana tem sido ressaltada. Mas não podemos esquecer que a sua atuação episcopal foi na América Latina. É alguém que traz do coração a própria América Latina. Um grande missionário em que a Igreja quer ser cada vez mais missionária”, afirmou o arcebispo de Salvador, d. Sergio da Rocha.
Na coletiva estava também o arcebispo emérito de Aparecida, d. Raymundo Damasceno, que participou das congregações gerais que precederam o conclave, mas não das votações, já que tem mais de 80 anos. O único brasileiro que não estava presente era d. João Braz de Aviz, prefeito emérito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano.
Temas polêmicos: qual será a postura?
Em relação a temas polêmicos, como a ordenação de padres casados para suprir a falta de vocações sacerdotais, o papel das mulheres na Igreja e a bênção de uniões homossexuais, os cardeais disseram que Leão XIV deve seguir a postura de diálogo adotada por Francisco.
“Conhecendo um pouquinho o papa Leão, ele não se fecha aos diálogos. Certamente, continuará a dialogar”, disse o arcebispo de Manaus, d. Leonardo Steiner. “O papa Francisco fazia questão de conversar sobre essas questões. É preciso aprofundar para adiante. E tenho certeza de que o papa Leão não há de tolher o diálogo. Pelo contrário, ele é um homem de muito diálogo, de muita escuta.”
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