Ministério Público de Pernambuco está de olho no transporte por aplicativo em motos
MPPE disse que vai investigar atividade e a relação com a qualidade atual do sistema de transporte coletivo na RMR
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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai apurar possíveis irregularidades relacionadas ao crescimento do serviço de transporte por moto via aplicativo na Região Metrpolitana do Recife. Será feita inicialmente um diagnóstico da situação do transporte coletivo na região para entender o porquê de a população optar por esse tipo de transporte. O objetivo é discutir a necessidade de regulamentação dessa atividade e, ao mesmo tempo, apontar questões fundamentais para essa regulamentação.
Segundo o MPPE, foi instaurado um Procedimento Preparatório, uma espécie de investigação preliminar que busca identificar indícios de irregularidades, como o crescimento acelerado desse tipo de transporte, os impactos negativos que pode estar gerando no sistema de transporte público, além de tentar elencar as causas do número elevado de acidentes envolvendo motocicletas.
TRANSPORTE COLETIVO
Um dos pontos a ser observado na investigação é a evasão dos usuários do transporte coletivo. Para entender esse fenômeno, o MPPE considera essencial analisar a atual situação do sistema na Região Metropolitana do Recife como, por exemplo, a falta de veículos suficientes para atender as demandas e a qualidade desse transporte. Segundo o Grande Recife Consórcio de Transportes, menos de 16% dos ônibus possuem ar-condicionado. O Metrô do Recife também será analisado em relação a qualidade do serviço que presta a população.
O MPPE solicitou ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) dados sobre ocorrências de acidentes de trânsito registradas entre 2023 e 2024, incluindo o grau de gravidade dos ferimentos e as áreas da Região Metropolitana do Recife onde os acidentes são mais recorrentes.
Conforme o Relatório Preliminar de Segurança Viária divulgado pela Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) no fim de 2023, quase metade das mortes no trânsito da capital no ano passado envolvia motociclistas. Das 144 vítimas fatais registradas, 68 eram condutores de motocicletas.
Com os dados levantados e apurados, a ideia é promover uma audiência sobre o tema, ainda neste mês de abril, com a participação de orgãos como Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE); a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU); a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semobi); o Grande Recife Consórcio de Transportes; prefeituras da Região Metropolitana do Recife e representantes dos trabalhadores do setor.
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