“Vivi de novo”, afirma garoto ferido por poste no ES
Iago Passos, de Guarapari, foi atingido quando voltava da escola. Ele passou por cirurgias e quase precisou amputar perna
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Aos 13 anos de idade, o adolescente Iago Passos, morador de Guarapari, tem a certeza que viveu de novo após ser atingido por um poste, que caiu sobre ele no dia 23 de fevereiro, no bairro Adalberto Simão Nader.
Iago chegava da escola de bicicleta quando ocorreu o acidente. Depois de uma semana internado, o menino voltou para casa e, ao ver de perto o que aconteceu, apenas declara: “Acho que vivi de novo”.
Ao lado dos pais, o empreendedor Júnior Passos, 38, e a mãe, a professora Clarissa Souza, 36, Iago se recupera já na cama de casa, depois de passar por cirurgias para colar os ossos da perna, que por longas horas ficaram expostos.
“No dia do acidente, víamos os ossos dele o tempo inteiro, e em um primeiro momento parecia que teria que amputar. O pé ficou para trás, e aquilo nos assustava muito. Eu fiz um torniquete com orientação do médico do Samu por telefone, e acreditamos que isso também possa ter ajudado”, lembra o pai.
No caminho para o hospital, a mãe conta que ele falava coisas desconexas e chegou a dizer para os socorristas que parecia ter sonhado com um poste caindo por cima dele.
“Eu não lembro de muita coisa. Não sei como foi. Só lembro da vizinha gritando mesmo, e quando olhei para cima para procurar de onde vinha a voz, tudo parou”, comenta o adolescente.
Iago ficou seis dias internado no Hospital Estadual Dr. Milena Gottardi, passou por exames na cabeça e na perna, até ser constatado na tomografia que não havia nada de errado na cabeça, e somente a perna passaria por cirurgia.
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Ele teve o 3º grau de fratura, que é considerado o maior, a ponto de ter que amputar. “Ele é realmente um milagre. Ele chorava de dor, mas aguentou firme até o final”.
Poste estava há 40 anos no local
O poste que caiu por cima do adolescente Iago Passos existe há pelo menos 40 anos na calçada da rua L, no bairro Adalberto Simão Nader, em Guarapari, segundo Júnior Passos, seu pai.
Mas há quatro anos um poste maior foi instalado ao lado, e a fiação de energia foi passada para o maior. O mais antigo continuou sendo suporte para outros fios, como de telefonia, internet e até mesmo de energia do vizinho.
“Esse poste que caiu é um padrão, que antes passava os fios, há uns quatro anos foi substituído, mas continuou no local. Ele tem cerca de 40 anos, que é a idade do bairro”, disse Júnior. No dia do acidente, o adolescente não teria encostado no poste.
A EDP informou que trata-se de um poste padrão, que é de responsabilidade do cliente, e frisou que não pertence à EDP. “Segundo informações no local, um caminhão-baú teria passado e puxado fios de telefonia, abalando a estrutura do poste, que caiu sobre a criança”, explicou a empresa, em nota.
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